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Rota do Queijo do Serro, Minas Gerais: como visitar as fazendas premiadas do circuito

Publicado por: Silvia Oliveira Conceição do Mato Dentro, Diamantina, Estrada Real, Serro

Queijólatras do Brasil, uni-vos! O que tenho para contar não é pouco.

Na mesma semana em que o Queijo Minas Artesanal (QMA) recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, foi inaugurada a Rota do Queijo do Serro, em Minas Gerais.

O novo destino turístico nasce num momento emblemático não só para o estado de Minas, mas para todo o Brasil.

Pioneira na produção do QMA, a Região do Serro possui cerca de 800 produtores artesanais de queijo que, juntos, fabricam quase três mil toneladas da iguaria por ano.

Sem contar que, há mais de 10 anos, o modo de fazer o queijo artesanal do Serro foi o primeiro bem cultural a ser reconhecido pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

O Queijo Minas Artesanal é o primeiro item gastronômico do país (e um dos poucos do mundo) a ser declarado como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

A proposta agora é levar o turismo de experiência das fazendas e queijarias ao grande público para incentivar o turismo, a história, a tradição e os saberes dos produtores locais.

A escadaria da Igreja de Santa Rita, no Serro: cartão postal da cidade

ONDE FICA A CIDADE DE SERRO

Serro é a cidade porta de entrada para a nova Rota do Queijo, além de fazer parte do Circuito dos Diamantes da Estrada Real.

Está a 230 quilômetros de Belo Horizonte e a 60 km de Diamantina. Devido às condições das estradas, o trecho da capital mineira até aqui leva um pouco mais de quatro horas de carro.

Localizada no Vale do Jequitinhonha, a Região do Serro inclui produtores de 10 cidades mineiras: Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.

Todas têm selo de Indicação de Procedência (IP) desde 2011.

Além do patrimônio cultural, a Região do Serro também é reconhecida pela preservada arquitetura colonial e pelos diversos atrativos naturais.

Um dos exemplos é a paisagem da Cordilheira do Espinhaço, considerada Reserva da Biosfera pela UNESCO, desde 2005.

QUAIS CIDADES FAZEM PARTE DA ROTA DO QUEIJO DO SERRO

Conceição do Mato Dentro (60 km de Serro e 140 km de Diamantina)

Santo Antônio do Itambé (25 km de Serro e 113 km de Diamantina)

Serro (60 km de Diamantina)

Nesses três municípios, algumas fazendas centenárias e premiadas pela produção do Queijo Minas Artesanal estão, enfim, abertas à visitação.

É possível conhecer todas as etapas desde a ordenha, passando pela feitura, sala de maturação, até chegar à degustação do manjar mineiro.

QUEIJO MINAS ARTESANAL: PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

A receita de ouro: leite cru + pingo + coalho + sal.

Uma fórmula aparentemente simples, mas que não teria resultado sem as características únicas de cada lugar onde o Queijo Minas Artesanal (QMA) é produzido.

O Queijo do Serro, o primeiro bem cultural a ser reconhecido como Patrimônio Imaterial do Brasil (agora, também, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO – vou ficar quinem disco arranhado, me deixa!) tem sabor, estrutura e traços muito singulares.

O solo mineralizado, a altitude e o clima da região resultam em pastagens ideais para o gado de leite. A qualidade final do principal insumo do QMA deu ao Queijo do Serro inúmeros prêmios nacionais e internacionais.

Com a inauguração da Rota do Queijo do Serro, cinco fazendas abriram suas sedes para visitação: Fazenda Ventura, Fazenda Córrego do Taboão, Fazenda Dona Iaiá, Fazendo Bom Sucesso e Fazenda Maria Nunes. IMPORTANTE: TODAS ATENDEM SOMENTE COM RESERVA ANTECIPADA.

Eu visitei algumas delas:

FAZENDA VENTURA

Com paisagens bucólicas e cercada pelos morros mineiros, a Fazenda Ventura é um convite à imersão na história e produção do Queijo Minas Artesanal.

Fomos recepcionados pelos donos da fazenda, Alice e Eduardo Pires, que contaram entusiasmados a história do lugar.

A produção começou na década de 40 pelas mãos do Sr. José Pires, que passou a tradição e o saber de geração em geração.

O trabalho e a dedicação renderam premiações importantes, como a Medalha de Prata no III Prêmio Queijo Brasil e Medalha de Bronze no Mondial du Fromage, na França em 2023.

A visita passa pelo curral, espaço de ordenha, feitura do queijo até chegar à sala de maturação.

No final, uma rica degustação com o queijo Ventura, acompanhado de frios, castanhas, frutas e vinhos de Diamantina.

Os queijos da Fazenda Ventura têm maturação mínima de 30 dias, sabor amendoado e leve acidez. Um dos melhores que já provei até hoje!

O tour guiado custa R$ 80 e dura em torno de 1h30. A Fazenda Ventura fica em Santo Antônio do Itambé, a 25 km do Serro. Acesso por estrada de terra. Para reservar a visita fale com a Shaila pelo whatsapp (31) 99739-2914. Instagram: @queijofazendaventura

FAZENDA CÓRREGO DO TABOÃO

A fazenda onde são produzidos os Queijos Geovani Tomazinho e Nicinha tem 200 anos.

Tombado pelo Iepha de Minas Gerais, o local é uma marca de resistência e memória ao modo de fazer o queijo minas artesanal.

O empreendedorismo feminino tem destaque aqui. Somos guiados pela própria Nicinha, grande contadora de histórias e uma das poucas mulheres do circuito à frente de todo o processo de produção do QMA.

Ela mesma faz a demonstração na queijaria, nos leva ao museu da propriedade (chamado de Recanto Memorial) e à famosa roda d’água, ao lado de um riacho.

O tour guiado custa R$ 30 e dura em torno de 1h30, com direito a degustação de diversos queijos e quitandas mineiras servidos ao lado do fogão à lenha.

A Fazenda Córrego do Taboão fica em Conceição do Mato Dentro. Acesso por estrada de terra. Para reservar a visita fale com o Nicinha pelo whatsapp (31) 99549-6185. Instagram: @queijogeovanienicinha

FAZENDA BRAÚNAS

Essa belíssima fazenda não faz parte oficialmente da Rota do Queijo do Serro, mas é pioneira no Turismo de Vivência.

Mesmo antes da inauguração da rota, a Fazenda Braúnas já recebia visitantes.

Os donos resgataram a produção ancestral do queijo que era realizada há mais de um século, a 1300 metros de altitude.

A partir de 2018, o produtor Ewerton Abaeté começou a produzir em maior escala para atender às demandas comerciais.

No mesmo ano, o Queijo Braúnas ganhou medalha de ouro no 4º Prêmio Queijo Brasil e, de lá para cá, já foi agraciado por outros prêmios, nacionais e internacionais.

O Queijo Braúnas é produzido na zona rural de Diamantina – a 18 km do centro da cidade e a 60 km do Serro.

O tour guiado custa R$ 70 e dura em torno de 1h30, com direito a degustação dos queijos, bolos, broas e cafezim.  Acesso por estrada de terra. Para reservar a visita fale com o Ewerton pelo whatsapp (38) 98828-3760. Instagram: @queijobraunas

HOSPEDAGEM | ONDE FICAR NA ROTA DO QUEIJO

SERRO

DIAMANTINA

CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO

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Fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados a Matraqueando. | Esta viagem faz parte da expedição de jornalistas, organizada pela Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, para divulgação do Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Mundial da UNESCO.


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