Por trás da Portinha de Belém
Não é apelido. Portinha é o nome — perfeito — da… seria lanchonete? Bar? Boteco? Não há definição que possa fazer jus ao que você vai encontrar atrás daquela, literalmente, portinha.
O local não tem placa. Fica numa apertada ruela da cidade velha. Apenas uma mesa e três cadeiras. E mais dois bancos para os menos exigentes. Só abre às sextas, sábados e domingos — o que reforça o mito. Sempre a partir das cinco da tarde.
Dito isso, programe-se para que sua viagem a Belém caia num fim de semana. Só aqui, na Portinha, você poderá provar os salgados mais incríveis da cidade. E não estamos falando de coxinha de frango com catupiry. A Portinha conseguiu transformar quitutes cotidianos em alta gastronomia paraense.
Faço referência à perfeita Esfiha de Pato com Jambu e Tucupi (meu pedido), Embrulhadinho de Pirarucu com Jambu e Queijo Cuia, Folhado Recheado com Pupunha e o famoso Pão da Portinha, um acecipe com recheio de peito de peru, jambu e palmito.
O jambu, para quem não sabe, é uma erva típica da Amazônia, geralmente preparada como uma couve refogada e que tem o poder sensacional de amortecer a língua e os lábios.
A Portinha também serve algumas comidas típicas como maniçoba, arroz com jambu, tacacá e pedaços estratosféricos de bolo com frutas regionais. Caímos de boca na torta de chocolate com cupuaçu e castanha-do-pará. Tudo pode ser acompanhado por sucos de frutas regionais ou o tradicional guaraná Cerpa.
Não pense que a Portinha é um supersegredo da capital paraense. Todo mundo conhece, indica e quer ir à Portinha. Filas são comuns em frente do estabelecimento.
Nós fomos num sexta-feira. Às dez para cinco já fazíamos plantão no local. Para nossa sorte, o dono abriu um pouquinho mais cedo naquele dia e fomos um dos primeiros a ser atendidos. Comemos por ali mesmo porque conseguimos nos acomodar na única mesa disponível no estabelecimento.
Mas prepare-se para comer em pé e do lado de fora da Portinha, porque ali dentro não cabem mais do que cinco pessoas. Ou compre para levar e comer no hotel ou tranquilamente na praça em frente a Catedral da Sé, a 500 metros dali!
SERVIÇO
Portinha
Local: Rua Doutor Malcher, 434 | Cidade Velha | Belém – PA
Funcionamento: de sexta a domingo, das 17h às 22h.
Tel.: (91) 3223-0922
Dica da Matraca: tente chegar à Portinha de táxi, principalmente se você for à noite. Caminhar pela área não me pareceu muito amigável. Caso prefira ir andando proteja seus pertences e redobre a atenção, como faria em qualquer região central das grandes cidades.
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Fotos: Sílvia Oliveira
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Minha viagem ao Pará faz parte da Expedição Brasil Express II – projeto do Matraqueando que leva recortes do nosso país até você.
A Portinha eh tudo de bom!
Belém-PR ? Essa foi ótima!!!!
Hahaha! Botar Belém no Paraná é dureza, hein! Já corrigi, obrigada, querida! 😉
Irei a Belém na época do Círio, aproveitarei para conhecer essa portinha, pois, fico no ver o peso e visito sempre a casa das onze janelas. Muito obrigado pela dica Sílvia Oliveira. Gosto de suas postagens.
Meu sonho é conhecer o Ciro, Julia! Estarei na semana que vem novamente em Belém, mas para dar uma palestra! Depois me conte as novidades! 😉
Parabenizar é pouco peas dicas da Silvia, fui atrás da Portinha que mudou de endereço, lanchinhos ótimos e lugar aconchegante.
Ah, que ótimo, Maria! Não sabia que tinham mudado de endereço! Abs!