O (ex) charme das comissárias de bordo
Meu pai ao acordar num voo da Ibéria com destino a Madri: – Acho que vi uma alma penada!
Meu marido, ainda sonolento: – Quanto será que ela cobra para assombrar uma casa de três cômodos?
Era a aeromoça passando. Desarrumada, cara fechada, roupa amassada. Ao menor sinal de um pedido do passageiro, um grunhido. Nada de sorrisos ou gentilezas.
Algumas não colocam a comida de bordo sobre nossa mesinha, mas jogam o pratinho com tudo! E ai de você se pedir mais um pedaço de pão, mais um cafezinho, mais um pouquinho de água que seja.
Já ouvi dizer que esse processo de desencantamento com a profissão está altamente vinculado à redução de custos imposta pelas companhias aéreas: uniformes que — de tão mal elaborados — ferem os olhos ou a estética e, também, o pouco treinamento técnico e motivacional.
Ainda assim, nem tudo está indo pelos ares. Ou nem toda empresa do ramo pensa que investir menos nos comissários (vale para homens também, óbvio) seja mais vantajoso.
Já voei com Singapore Airlines e Emirates — só para citar algumas das melhores companhias do mundo. E não são as melhores à toa. A começar pela tripulação, educada, simpática e disposta a ajudar.
Características que deveriam ser inerentes a qualquer profissão, convenhamos. Mas, sobretudo, importantes quando estamos encarcerados numa poltrona da classe econômica, sobrevoando um oceano e não sabemos nadar.
O fascínio acabou. Ser comissário de bordo nas décadas de 70 e 80 era sinônimo não só de glamour, mas de amabilidade, capacidade de servir bem e até de uma certa ternura.
Eram profissionais que encantavam. Hoje, com suas devidas exceções, claro — a maioria cumpre suas horas de voo com uma gritante rabugice e má disposição. O que será, de fato, que está acontecendo com a profissão?
HAHAHAHA! Alma penada??? Que definição perfeita!
Um amigo me escreveu e chamou as fofinhas de aero-penadas! hohohoho!
Dagmara, seu comentário foi apagado porque este não é o espaço para denúncia ou acusão contra aermoças que supostamente deram em cima do seu marido. Caso queira refazer o comentário SEM mencionar o nome da “suspeita”, ele será mantido! Obrigada!