Não precisa ser rico. Basta ser viajado!
Tenho mania de colecionar certificados e diplomas. Deve ser algum complexo de inferioridade ou medo de ficar – ou parecer – burra. Não que certificados e diplomas deixem a gente mais inteligente, mas estudar e conhecer nunca teve nenhuma contra-indicação.
O fato de estudar (e isso pode incluir apenas ler um bom livro ou assistir a um bom filme) só me torna uma pessoa melhor: mais centrada nos meus propósitos, voltada aos meus projetos e menos preocupada com a vida dos outros. Até que no meio dessas histórias e cursos eu resolvi começar a viajar.
Aos 14 anos fiz uma excursão com os amigos do colégio. Fui para a Serra Gaúcha. Conheci em uma semaninha Garibaldi, Bento Gonçalves, Canela, Gramado, vinícolas e um dos melhores chocolates do Brasil. Naqueles sete dias aprendi tanta coisa, vi tanta gente, conheci tanta história, tantos personagens… que matutei: quando eu crescer quero ser VIAJANTE!
Mas resolvi ser jornalista e a coisa degringolou de vez. Comecei a ter más companhias e, com outra jornalista, fiz minha primeira viagem para a Europa, depois para o Oriente Médio, África e outras tantas pelo Brasil. Até que um dia, discutindo sobre antropologia – tema que domino lhufas – com um grupo de amigos, um deles lança: pergunta para a Silvinha, ela é viajada! 🙄
Foi aí que me dei conta: ser viajada nos inclui naquele seleto grupo de pessoas que todo mundo acha que pode opinar sobre história, política, museus, astronomia, moda, horóscopo e até antropologia!!!
Acontece que viajar não nos dá esse passaporte para o mundo do conhecimento, assim, de bandeja. Vai conhecer Manaus? Tem de ler sobre o ciclo da borracha. Gostaria de ver de perto o Alhambra, em Granada? Entenda o que foi o domínio árabe na Espanha. Quer ir para Blumenau? É recomendável buscar alguma informação sobre os fluxos migratórios do sul. Está interessado na Rota do Vinho chilena? Aprenda sobre taninos.
É claro, os viajados e as viajadas não estão habilitados a sair dando opinião sobre tudo ou qualquer coisa. Principalmente aqueles que viajam só em excursão, nunca pegam um metrô, não visitam as feiras livres, nem se interessam pelos personagens do lugar. Mas ainda que seja um título poético, o de viajada é o meu preferido. Afinal, não precisa nem ser rico para ter um.
Foto: Matraca’s Image Bank
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É verdade, viramos algo como “sabe tudo”. As vezes é até engraçado! Mas acho que ler informações sobre o destino é o mínimo que o viajante deve fazer 😉
Concordo com a Clarissa. Estudar sobre a cultura, a história e os costumes do local, antes de viajar, é o mínimo que a gente deve fazer.
Mas, infelizmente tem gente que só vai nos lugares para tirar uma foto e dizer que passou por ali.
Não discrimino essas pessoas, até porque eu tenho uma grande amiga que faz isso, mas eu não faria.
Muito bom o post. Adorei!
Parabéns.
Tenho essa mesma postura que você. Não concordo com só “passar pelos lugares”… mas eu mesma já fiz isso nos meus tempos jurássicos. Rá rá rá! O bom é que o título de viajada aparece qaundo a gente amadurece e passa a viajar melhor… seja por prazer, descanso ou em busca de conhecimento e intercâmbio cultural! 🙂
Ser viajado nos coloca no topo da pirâmide social ! 🙂
O mais engraçado é que pra mim eu não conheci nada ainda – olha o tamanho do mundo gente!? – mas pra muita gente que eu conheço, eu sou “viajada” hahaha!
Ahh se eu fosse tudo aquilo mesmo que eles pensam que eu sou 🙂
Sabe que eu também me assusto quando alguém tem essa referência de mim! Definitivamente, não conheço nada e ainda tenho que voltar a muitos lugares por onde eu passei para realmente “conhecer” o que ficou pra tras!
Olá! Vim parar aqui por meio de um link que a Lucia Viajadíssima Malla compartilhou no FB.
Então, eu realmente não conheço quase nada… fiz só umas viagens (mas que foram ótimas, por sinal), mas por morar no meio de Rondonia, onde a maioria das pessoas nem saiu do estado, eu sou suuuper viajada! E é tão legal poder compartilhar o que a gente viu, descobriu e aprendeu com os outros. Quando eu conto as novidades, desperta o espírito viajante no outro também! Gosto disso.
Beijos e continue viajando por aí!
Sílvia, é isso aí, essas experiências, esse vivenciar outra cultura, outros costumes, dinheiro algum compra! Sempre com pesquisa prévia, para aproveitarmos ao máximo. Beijos
Sou totalmente a fovor do planejamento, leitura e estudo do destino com antecedência. Muita gente acha que isso pode tirar o encanto da viagem… Para mim, o que tira o encanto da viagem é voltar para casa e depois descobrir que perdeu muito ou não viu nada por falta de informação. Por certo, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe aonde ir” 🙂
Silvia, esse é um objetivo de vida: virar o que as pessoas chamam de viajada… Tipo: o que vc quer ser quando crescer? Viajada.
Adorei! Viajar é um momento de descanso ,lazer e conhecer lugares diferentes. Adoro fotografar os lugares que vou,principalmente relatar suas histórias e culturas.