Paris | Museu Bourdelle: a incrível casa-ateliê do discípulo prodígio de Rodin
Difícil pensar em qualquer outro museu em Paris depois de passar pelo Louvre ou pelo D’Orsay. Temos, para ajudar, o Museu Picasso (recém-aberto após um longo período de reforma) e o moderninho Georges Pompidou.
Poderia citar mais uns três ou quatro, só para ficar entre os grandes e mais renomados da capital francesa.
Mas são nos pequenos espaços da cidade – quase sempre gratuitos, incluindo este – que você poderá ter algumas de suas experiências mais genuínas em Paris.
O Musée Bourdelle, praticamente desconhecido dos brasileiros, vai encher seus olhos e seu coração e, de lambuja, aumentar incrivelmente sua sensibilidade sobre a arte de fazer… arte.
(O “praticamente desconhecido dos brasileiros” é apenas uma percepção empírica de quem foi até a 5ª página do Google e não encontrou mais do que dois relatos completos em português sobre o local.)
Escondido numa esquina de Montparnasse, está a antiga casa de Antoine Bourdelle, escultor francês e discípulo de ninguém menos que Rodin (outro que tem coleção com sede própria em Paris). Os dois trabalharam juntos por 15 anos.
Eu não entendo nada de arte, sou uma observadora da criatividade humana, apenas. Mas o folhetinho do museu destaca que Bourdelle tinha traços romanticistas, o que atenuava o expressionismo de Rodin. Estamos falando de uma das figuras mais destacadas da Belle Époque francesa.
O local já passou por muitas reformas e foi ampliado algumas vezes. Além de preservar boa parte do acervo deixado por Bourdelle, o museu guarda o comovente e intocado ateliê do artista.
Apesar de ter mais de cem anos, a oficina é algo tão presente e penetrante que você terá um sucessão de “déjà vu” ali dentro.
Móveis, esculturas, piso, parede e objetos que Bourdelle usava, tudo conservado em estado original. Não precisa ser um místico sensitivo para absorver a aura do lugar.
Depois de me perder pelo bairro, cheguei desconcentrada e esbaforida ali – mas foi só botar o pé na oficina que eu pude ouvir o profundo silêncio do lugar.
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A casa-museu é dividida em várias salas. O quarto de Bourdelle, quase em frente ao ateliê, contribui com essa aproximação do visitante ao cotidiano do artista.
Mas são nos jardins e no Grande Salão que você poderá ver algumas de suas esculturas monumentais. O branco e a claridade do lugar reforçam uma das principais fontes de inspiração de Bourdelle: a Grécia Antiga, seus deuses e heróis.
Da intimidade do ateliê do artista ao gigantismo das esculturas, você terá liberdade para escolher o caminho da sua visita. Pode fotografar todos os ambientes e ficar horas admirando um único molde de gesso.
Não há filas para entrar nem multidões debatendo-se para garantir a melhor selfie diante das figuras de “Hércules, o Arqueiro”, obra- estudo de destaque, uma espécie de “Monalisa” do lugar.
Além da vasta coleção de esculturas em gesso, mármore, bronze (entre outros materiais), o Musée Bourdelle abriga também fotografias e desenhos feitos pelo artista. O aluno prodígio de Rodin deixou uma contribuição intrigante e altamente didática para os visitantes, sejam eles entendidos ou não do assunto.
Pela proporção e grandeza de sua obra, você sai do museu com uma sensação de engrandecimento, com as expectativas dilatadas e vai passar o resto do dia perguntando-se “como eu nunca havia ouvido falar desse cara antes?”
SERVIÇO
Local: 18, rue Antoine Bourdelle | 75015 Paris | Metrô Falguière
Tel. + 33 (0) 1 49 54 7373
Horário: de terça a domingo, 10h às 18h. Fechado: segundas-feiras e feriados.
Entrada: grátis
Como chegar: embora o site do museu diga para você descer na estação de metrô Montparnasse-Bienvenüe, a estação de metrô mais próxima é a Falguière. Ao sair da estação, pegue a rue Falguière e vire na 2ª rua, à esquerda, que já é a rua Antoine Bourdelle. Da estação ao museu são uns 200 metros.
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oi, Silvia!
Eu estive nesse museu em 2012, junto com o Museu Zadkine. Ambos muito bacanas! Suas informações são bem mais detalhadas que as minhas, mas acho importante que os brasileiros possam ter outras opções em Paris além dos clássicos, afinal, Paris é uma cidade para onde se pode voltar tantas vezes sem repetir nada que se fez nas vezes anteriores!
Parabéns pelo post!
Beijos
p.s. Vou deixar aqui o link do meu blog onde falo do Museu Bourdelle, mas vc pode apagar o link se achar melhor! 🙂
http://viajecomigoamigo.blogspot.com.br/2012/11/finalmente-em-casa-em-paris.html
Como eu nunca havia ouvido falar desse cara antes? 😀
Parabéns pelo Site. Excelente conteúdo.
Gilson
Que Lugar Magnifico ! Chega a ser surreal as obras e o abstratismos em sua faixada !
Parabéns