Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 2
No museu do Louvre, em Paris: fazendo cara de inteligente. Cena montada.
Tenho tudo anotado. O bolsão de nylon custou R$ 17,00 e o carrinho de feira, R$ 9,00. Contra os quase R$ 300,00 que custava a mala de rodinhas mais barata na época.
Foi a primeira lição concreta e gritante da minha vida de que alguns investimentos módicos não só saem muito caros, como podem manchar sua biografia para sempre.
A bota de couro – recém saída das Casas Ajita, em Londrina – foi aposentada no primeiro passeio pela Champs Élysées, a avenida mais famosa de Paris.
Como podem ver, não se tratava de desinformação, mas de burrice mesmo. Desde quando alguém em sã consciência leva um sapato novo para estrear em longas caminhadas? O dedo inchou, o calcanhar criou bolha.
Em Roma: eu era mais importante que os pontos turísticos
Passei a viagem toda com o chinelo/sandália que levei, desses que fecham com velcro. O mundo já havia descoberto as havaianas. (Aquelas que não têm cheiro, não deformam e não soltam as tiras. Portanto, perfeitas.). Menos eu.
Pois é… como era usado também para tomar banho (e nunca secava direito), lá pelo 10º dia de viagem, meu chinelão – uma mistura de borracha com plástico – começou a feder. Mas eu sou uma espécie de Joseph Climber e não desisto nunca.
Estava na Europa e, no meu estereótipo mais garrido, fazer esse tipo de passeio era quase sinônimo de ascensão social.
Durante o périplo não fiz nada além de posar na frente dos monumentos clássicos, pouco interessada em trazer fotos que retratassem alguma coisa que não fossem o velho mundo e eu.
O resultado desse momento superego é que não tenho imagens de nenhum – nenhum – ponto turístico “sozinho”. Eu apareço em todos! 😀
Não tenho nenhuma foto dos monumentos “sozinhos”. Momento Bündchen.
Aaah, mas eu não tirava só fotos clássicas. Eu fingia que estava olhando para o lado, para o horizonte, simulava uma visita concentrada ao museu e pedia para a minha amiga – troféu paciência – tirar uma foto, digamos, tô nem aí.
Assim, um flagra programado. (Gente, eu inventei o Instagram e vocês não se deram conta!) Como já disse e todo mundo pode comprovar aqui, eu já era uma pessoa beeem inteligente e descolada desde aquela época.
No Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris. Tentando esconder o carrinho de feira.
Deixamos o albergue de Paris em direção a Versalhes. Saímos de mala, carrinho e cuia em direção à estação de trem. A ideia era deixar a bagagem nos lockers (guarda-volume) da estação, passar o dia no Palácio de Versalhes (nos arredores da cidade) e depois seguir viagem, à noite, para Barcelona.
Qual não foi nossa surpresa – por causa dos ataques terroristas e por motivos de segurança – nenhum locker na França estava disponível naquele 1997. Então, partimos para Versalhes… nós, o bolsão de nylon e o carrinho de feira. Sem mais.
Não perca o último capítulo da saga: o nascimento da Matraca! Veja abaixo:
Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 3
Leia também:
Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 1
E ainda:
10 coisas que aprendi viajando
10 coisas que você não sabia sobre a Matraca
O mundo acabando e você aí, falando de viagens?
Ofício de blogueira versus espírito de viajante: como manter um sem acabar com o outro
Sílvia Oliveira, a moça do tempo
Por favor, deixem o turista em paz!
O que se aprende com uma viagem
Os sete pecados capitais do turista
Fotos | Arquivo pessoal | Todos os direitos reservados.
Tá quase um figurino Augustinho Carrara da Grande Família.
Rsrsr
Calça bag, meu caro! Era o último grito (de horror!) da moda parisense! hahaha!
Silvinha, você parece outra pessoa de cabelo comprido! Aliás, não precisava nem do relato, as fotos são hilárias… muito bom!
Assim, pareço outra pessoa melhor ou pior? Rá!
Estou adorando essa série!! Mas essa viagem não foi antes de 2001 não? Imagino a cena de voces com o carrinho e o bolsão de Nylon pelos jardins de Versailles 😛
Bj
Foi em 1997! E Paris se resguardava de ataques sofridos em 95. Um horror este passeio por Versalhes. Não podíamos entrar com os carrinhos na salas do palácio. Enquanto minha amiga visitava a construção eu aguardava do lado de fora. E vice-versa. Caminhar pelos jardins (com ruas de paralelepípedos) arrastando o carrinho? Simplesmente traumático!
Hahahaha, Silvia. Demais. E essa carrinho… você lançou moda… hoje os chineses que vendem sapatos “nike” na rua, usam um igualzinho. Kakakakaka! 😀
E num é que é messsmo: aquele povo que vende as redes e mantas também usa um desses aí! Hahahahahaha!
Silvia, você está atingindo o ápice do seu lado comediante nessa série!
Imperdível!!!
Juro, tenho vontade de chorar, não de rir! Hohoho!
Sil,
Essa série está imperdível, muito engraçada!
E só você mesmo para conseguir tirar uma foto no Parc Guell sem ninguém por perto 🙂
Já estou esperando as cenas do próximo capitulo.
Sabe que eu nem tinha reparado nisso? #parcguell 😀
Céus, o que ainda pode estar por vir???
A redenção, fofo. A redenção…
hahahaha demais!
Pode rir, Bruno. Eu mereço. Aliás, não sei como não cometi um haraquiri ao scanear essas fotos (e me lembrar dos fatos!). 😀
Sílvia, tô adorando essa série! Hahahah
Essas fotos do tipo “ninguém vai acreditar que eu vim pra Europa a não ser que eu apareça em TODAS as fotos” é praxe!
Beijos!
Puxa, não sou só eu?? Ufffa!
Menina, isso tá uma comédia! Mas quem já não foi heroi(na) de comédia alguma vez na vida, né?
Aguardo ansiosamente o capítulo final!
Silvia,
sensacional seu inseparavel chinelao!!!
To adorando ver esse seu mochilao pela Europa…ops carrinho de feira.
Ah eu também fui a Europa em 1997! Lembrei por conta da contagem regressiva na Torre Eiffel.
E isso de sairmos nas fotos…todo mundo já passou…
Bjos
O pior de tudo é que eu ainda tiro foto em frente a tudo quanto é monumento/ ponto turístico. Meu marido não aguenta isso, mas juro que um dia eu também aprendo hehehehe.
Ah, tirar foto em todos monumentos não é problema… faço isso até hoje, mas o legal é trazer TAMBÉM fotos das ruas, dos monumentos em si, da comida, das pessoas… e não só da gente! 🙂
Silvia, ninguém nasce sabendo tudo, né? Aposto que depois dessa experiência suas viagens atingiram um outro nível. 😉
E eu só parei de aparecer em todas as fotos depois que criei blog, o que acabou virando outro problema: fico tão preocupada em tirar fotos para o blog que mal apareço nelas! 🙁
Beijos!
Na Expedição Brasil Express aconteceu isso comigo… tirei foto de tudo, menos de mim!
Silvia,
Definitivamente, sou sua fã, principalmente depois do carrinho de compras! rs
Os seus relatos são sempre engraçadíssimos, mas esta série bateu todos os recordes!!
Parabéns!!!
Bjos!
Silvia, DEMAIS! Tô adorando…
E olha que as suas fotos são muito comportadas… eu ainda invento poses, fingindo que seguro a montanha, que estou bebendo água da bica…. isso é que é ridículo! (hehehe) mas é tão engraçado, e rende tantas histórias.
Fala a verdade, se tivesse sido perfeito, tudo muito bonitinho, não daria três maravilhosos posts, só de “aprontices”.
ADORO! Sou fã! (e praticante)
Beijinho
Ellen
Sílvia!!!
Você está demais!!!!Acesso todos os dias o Matraca para continuar a acompanhar o mochilão!!
parabéns!!
Está muito divertido! sua narrativa!!
E de pensar que tb tenho milhares de fotos que eu sou mais importante que o Monumento!!!!!!
Fora aquelas fotos com as” urtimas” modas de Paris e fingindo que não estou vendo que estou sendo fotografada!!!
!!!!! É hilário!!
Bjs e continue , pois estamos ávidos por mais Mochilão!!!!!!! Paula
Gatinha!!
Agora, bolsa de nylon com carrinho de feira?? Sério que valeu a pena?
To com mochila de 60 L e mai uma osklen classica (pequena para passeio). Alguma opiniao contra??
Agradeceria…
Beijos,
Dario
E essa calça clarinha?! Não durava um dia se fosse num mochilão meu! rs
Elaine! Essa foi outra mancada da viagem, a calça clarinha!
Os posts estão hilários ! Eu fiz minha primeira viagem internacional aos 38 anos em 1994 e cometi vários desses erros : sapato novo, mala de rodinha que caia de lado pois era uma mala de antigamente com 1 rodinha na frente e outra atrás.
A gente tinha que abrir uma confraria, Lilian: “Sobreviventes dos mochilões da década de 90”. 😀