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 -  Atualizado 12/08/2017

Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 1

Publicado por: Silvia Oliveira Europa


Ao lado dos famosos táxis pretos de Londres

Isso não é um relato. Mas um testemunho. Prova de que – se não posso servir de exemplo – que pelo menos sirva de lição. Rá!

Na verdade não foi um mochilão. Nem uma mala. Foi uma bolsa de nylon com alça que eu comprei nas Lojas Americanas e acoplei a um… carrinho de feira. Dessa forma, eu poderia “puxar” a minha bagagem metrô acima. (Pra você ver, eu já era uma pessoa beeem inteligente e descolada naquela época.)


Troca de guarda, em frente ao Palácio de Buckingham, em Londres

As malas de rodinhas já davam o ar da graça por aqui. Mas elas eram muito caras para o meu padrão mão-de-vaca-muquiraníssimo de quase 20 anos atrás. Então tivemos essa ideia brilhante do puxador de mala que, além de tudo, vejam só, era dobrável. Parecia a compra perfeita.

Estávamos em meados de 1997 – minha amiga ( a hoje também blogueira Cassiana Pizaia do site Outras Terras) e eu – vinte e poucos anos e US$ 50 disponíveis para gastar por dia. Incluindo tudo: hospedagem, alimentação, transporte e souvenirs.

Compramos uma passagem pela finada VASP e embarcamos sem reservar nada. Só sabíamos que íamos ficar em albergues da juventude o que deixou minha avó horrorizada, até ela entender que não se tratavam de albergues noturnos, desses que recolhem andarilhos em situação de risco.


Fiz todos os trajetos de um país para o outro com os atuais sem-noção-passes-de-trem

Como achei que a Europa podia sair do lugar, incluí logo oito países em 30 dias: Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Bélgica, Grécia, Itália e Suíça. Foram 14 cidades, desbravadas com um passe de trem caríssimo – desses que não fazem mais sentido algum depois da entrada das low costs no continente europeu.

Sabendo que as malas são seres vivos com vontade própria, a minha começou a arriar já na primeira parada: Londres. Mesmo assim não perdi a pose. Como todo pobre de pai, mãe e parteira que coloca o pé no velho continente pela primeira vez, eu queria ser chique, não mochileira. Não dei muito importância aos primeiros rasgadinhos no bolsão.


Minha amiga e eu, com nosso tecnológico carrinho de feira, puxador de mala. E minha calça de couro.

O mais importante era o que estava dentro dele: uma calça de couro chiquééérrima, que usei na viagem Londres-Paris, pelo Eurostar – o trem que passa por debaixo do Canal da Mancha.

Nada é tão ruim que não possa piorar: a bota era nova (um fascínio para as bolhas que viriam dias depois). Com um agravante… eu tinha os cabelos pela cintura.

Veja abaixo as cenas do próximo capítulo:

Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 2

Meu primeiro mochilão pela Europa | Parte 3

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46 Comentários

  1. Falar o que né!!!
    Ainda bem que a Matraca é que nem vinho melhora com os Anos.
    Tá excelente este relato.
    Se eu contar como eu fui a Machu Picchu e como eu voltei dae sim é pena.
    Abraço!!!

    responder
  2. Vitor Rocha

    Eu sei que era para ter compaixão, mas rir foi inevitável! Sensacional a foto das “malas de rodinha”.

    responder
  3. simoni

    Ei, essa aí com você é a Cassiana? Se não é, parece muito.

    responder
    • Sim, a própria. E a gente ainda foi, alguns anos depois para Israel, Turquia e Egito… mas o carrinho de feira a gente já havia aposentado! hahahaha!

      responder
  4. Que legal! Adorei.. e esse cabelão! Nossa. essa sua ideia de rodinhas foi um barato! E eu também fiz um mochilão que dava cada história! Pelo menos na mala de rodinha eu dei sorte, arrumei um mochilao de rodinhas.. heheh 🙂 Mas ja foi bem mais recente!

    responder
  5. Hahaha…hilário! Não tem como não rir. Até porquê dá pra imaginar perfeitamente os próximos capítulos: bolhas nos pés, a calça que gruda e uma mala novinha…

    responder
  6. simoni

    A ideia de levar a calça de couro saiu da crença de que a gente tem que ir chique pra Europa? Mochileiros aprendem rápido que não tem nada mais chique que o conforto.

    responder
    • Estava na crença de gente ignorante como eu! Hoje viajo mega confortável… não menos arrumada! Porque ainda não suporto o estilo mochileiro desgrenhado. Hahahaha!

      responder
  7. CarlaZ

    Muito bom!!! Essa mala…sensacional!!!!
    Nossa…como vc aguentava ter essa cabeleira…
    Quero ver os próximos posts 😉

    responder
  8. *Chique* é a palavra! hahaha
    Estou adorando. 🙂

    responder
  9. Esperando ansiosamente os próximos capítulos!

    responder
  10. hahahahahaha – Adorei a bolsa com o carrinho, muito prático!
    Como ainda não cruzei o Atlântico, ainda imagino que a Europa pode sair do lugar, mas tenho repetido diariamente que não é bem assim…
    Tô ansiosa pelos próximos capítulos!!!! =)

    responder
  11. Silvia..

    Mal posso esperar para ver os próximos capítulos desta epopéia!! Será que daqui uns 15 anos vamos rir da forma que viajamos hoje?! Se pararmos para pensar nem faz tanto tempo assim!!

    Bjks

    responder
  12. Marcia Kawabe

    Hahahaha genial Silvia! E não perdo os próximos posts por nada 😀

    responder
  13. Vivo passando por aqui em silêncio… mas tenho q dizer esse post é SENSACIONAL!!! Caraca fico imaginando fazer um mochilao nessa época… isso sim era “roots”!!! Hoje existem tantas facilidades e a infra-estrutura pra mochileiro na europa é tao “requintada” que você chega a se perguntar se existe mesmo mochilao pela europa. Enfim, tudo depende da definicao que se dá para o termo “mochileiro” e para qual país/parte da europa vai. Afff…tenho que parar de comer chucrutes, tô virando alema demais com tantos pensamentos… Enfim, ÓTIMO!!! Amo seu blog!!! Bjks e ansiosa pelos próximos capítulos! Má.

    responder
  14. Nair

    Ufa…que alivio! Pensei q só eu tinha me divertido!…rs. Como falei pelo twitter, vejo aqui q mais gente riu tbm…hihi… To chegando amanhã, vc não respondeu o e-mail. Enfim, to levando teu número. Qq coisa, falamos, tá? To animada com o curso! Parabéns pelo trabalho querida, tudo lindo! (ahh… teu cabelo curto é lindo e charmoso, mas vc era muito bonita também, com as melenas compridas, chegando atrasada na UEL, depois de ter apresentado o nosso jornal, viu Dona Silvinha!!…rsrsrs). Jornalista impecável. Deixa eu sair q to correndão pra ir pra Capitarrr!! Bjão pra familia.

    responder
  15. SUZI PEREIRA

    Oi Sílvia!
    Atenção, atenção! Nova passageira a bordo… chegou atrasada e ainda quer um lugar na janelinha….
    Acabei de desembarcar no Matraqueando e no Sol Miró e estou adorando a viagem…. econômica e divertidíssima!
    Aliás, há quem diga que coincidências não existem…. mas você acredita que entre 96 e 99 também estive por terras inglesas??? … e acabo de me lembrar de duas mocinhas puxando carrinho em frente ao Palácio da “Tia Beth”…… :-))
    Saindo um pouco do seu/nosso momento europeu, gostaria também de deixar registrado, que ontem assisti a melhor aula da minha vida, e olha que sou bastante crítica, hein?!.. Simplesmente fue una clase ESTUPENDA!… é por essas e outras que não é por acaso que você é doutoranda em Psicologia da Comunicação….
    Enfim, conhecer pessoas assim é fantástico e poder conviver com elas, então…..
    Besitos con cariño :-))

    responder
    • Silvia Oliveira

      Uia, que legal ver você por aqui! Mais feliz ainda fico em saber que você gostou da nossa micro palestra! Bem-vinda a bordo! 🙂

      responder
  16. Sílvia, vc sempre foi uma linda simpatia!

    responder
  17. RafaelaLima

    Sílvia, primeira vez lendo teus relatos e estou achando um barato..
    Ainda não cruzei o Atlântico, mas já vejo o que não se deve fazer..
    Louca pra ler o resto!
    Abraços!

    responder
  18. Oi Silvia… não pude deixar de reparar que as bolsas de mão (rsrs) era iguais e as malas parecidas…..hehehehe…. mto bom o post,,,,
    anotando cada coisinha para viagem Paris 2011…
    bjos e parabens pelo ótimo site….

    responder
  19. Karina Bettega

    hahaha a mala de nylon com o carrinho está impagável! To chorando de rir! Isso aí para viajar vale tudo! 😉

    responder
  20. SERGIO

    Quem é esta sua “AMIGA” que aparece na foto do Euroestar?
    Pô, ela não merece crédito na foto?

    responder
  21. Carlyle

    Olá!! Você não vai revelar o nome da tua amiga? Ou vc brigou com ela?? hehehehe

    responder
    • Silvia Oliveira

      Carlyle e Sérgio! No terceiro comentário deste post já foi revelada a identidade secreta da minha amiga – hahahahahaha! Mas no texto achei melhor preservar… para evitar futuros processos por danos morais! hohohohohoho! :mrgreen:

      responder
  22. Cassiana

    Ok, ok. Mas ainda quero os créditos das fotos!!
    Brincadeira, foi uma honra me aventurar com a futura matraca ainda em tempos paleolíticos. Aliás, tenho a dizer que a cena da mala foi ainda mais engraçada ao vivo. Pena não termos fotografado a minha cara de espanto…e inveja. Porque tive que aguentar minha sacola-fardo até o final! (ahaha)

    Beijos.

    responder
  23. Olá Sílvia
    conheci seu blog hoje e para o meu próprio bem não largo nunca mais…rsrsrs… já foi para os favoritos… Cheguei da França (com as dicas da Lina do Conexão Paris) e da Itália em junho e em 2011 estou programando Portugal e Espanha… agora com suas dicas estou mais tranquila….
    Parabéns pelo trabalho… super útil e gostoso de ler!!!
    Um abraço.

    responder
  24. Magaly

    Adorei o post. É para chorar de rir e lembrar todos os micos que a gente paga na primeira viagem para fora. Quando eu conto os meus, as pessoas acham que é exagero, mas, usando o clichê: a primeira vez é inesquecível mesmo tanto para rir quanto para chorar com os vexames.

    responder
    • Silvia Oliveira

      Magaly! Eu continuo pagando mico até hoje, mas acho que esse foi o mais grave de todos! 🙂

      responder
  25. Já tô louca pra saber o que aconteceu com a mala, com as rodinhas e com os pés! Bóra ler a parte dois desse mochilão do túnel do tempo.

    responder
  26. Silvia…
    O que são aqueles carrinhos?
    Muito legal esse post.
    Adorei e quero ficar ligadinha nos próximos.
    Beijos

    responder
  27. kaeina dubuc

    Adorei seu post e estou aguardando os próximos. Kkkkkk ri muito.

    responder
  28. Helen Waldemarin

    Adorei o post! Me lembrou muito minha viagem a Euripo! Alias, muitas coincidências! Minha viagem também foi em 1997, também tinha 23 anos, era totalmente inexperiente no quesito viagens, viagemcom passe de trem e na Espanha, meu primeiro destino comprei um carrinho para carregar as malas! A única diferença é que minhas malas eram fortes mas era de um tecido com uma estampa florida horrível, que parecia tecido de sofá antigo! Comprei em uma promoção… Hahaha. A outra diferença é que cometi a falha grave de viajar com muita bagagem, o que foi uma loucura com as escadarias nos metros, mesmo com o tal carrinho. No final da viagem o carrinho voltou todo torto pro Brasil devido ao peso e eu voltei com uma tendinite no cotovelo de tanto carregar peso nas escadas! Mas foi muito bom!!!!! Rsrsrs

    responder
  29. Ola Pessoal!

    Estou aqui para agradecer o Matraqueando. Acabei de voltar da Europa e consultava na maior parte do tempo as dicas do Matraqueando. Fiz Berlim, Londres, Amesterdam, Bruxelas, Paris, Roma, Barcelona e Lisboa em 32 dias (kkkkkk). Agora lendo este post, revivi toda a aquela aventura, realmente não recomendaria essa correria toda. Fica aqui meus agradecimentos.

    Att:
    Geraldo R. Rocha

    responder
  30. Viviane

    Amei a saga do carrinho! kkkkk…
    Apesar da “feiúra”, existe uma vantagem realmente considerável em relação à mala com rodinhas, em se tratando de solos difíceis?
    Abraço!

    responder

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