Mercadoteca: o primeiro mercado gastronômico e gourmet de Curitiba
Curitiba ganhou há pouco mais de um mês o primeiro mercado gourmet da cidade. Desde a inauguração fui algumas vezes ao local em dias e horários distintos.
Minha ideia era ver o fluxo de pessoas, o atendimento dos lojistas, provar as comidinhas e, principalmente, sentir a proposta como uma turista que visita a Mercadoteca.
É que o empreendimento vende a ideia dos grandes mercados europeus, locais que atraem moradores e visitantes para comer algo rápido, típico e afetivo durante todo o dia a preços mais convidativos.
A Mercadoteca tem todo este potencial e eu já gostei muito do que vi, mas vamos alinhar as expectativas. Não espere encontrar um Eataly curitibano. Digo isso porque já vi fazerem este comparativo e só me restou… rir!
O nosso mercado gourmet é fofíssimo (ganhou uma cara rústica, utiliza materiais industriais, tem iluminação natural estimulada pelos janelões de vidro), mas é pequeno. São apenas 18 estabelecimentos. E talvez esteja aí mesmo todo seu valor.
Ok. Vá, lá! Pequeno diante da comparação com o Covent Garden de Londres (rolou isso também), mas é muito adequado para o padrão da capital paranaense. Só não espere caridade.
(Tapas espanholas por módicos € 1 a gente só encontra no Mercado San Miguel de Madri.) Mas a oferta de gostosuras promove um happy hour muito digno com preços MENORES que em muito food truck por aí.
Acho importante destacar de cara isso porque escutei muita gente, mas muita mesmo, dizendo que lá é tudo caro. Ora, meu amigo, é um mercado gourmet. G.O.U.R.M.E.T. Oferece uma área gastronômica acima da média.
Não tem fast food. A ala de queijos, embutidos e cortes de carnes especiais apresenta valores compatíveis com o produto oferecido. Acho difícil alguém buscar na Mercadoteca moela de frango ou patinho. Aqui é 100% Angus. 😀
O espaço é ótimo para quem cozinha e para quem gosta de comer. A área de alimentação ganhou mesas coletivas para pequenos grupos, além de balcões com assentos individuais.
O deck externo é uma delícia, bem amplo, com sofás confortáveis, uma espécie de lounge ao ar livre. Fica bem perto do parquinho infantil. Dá para petiscar, bebericar e ainda não perder as crianças de vista.
No box da Bon Vivant, por exemplo, você encontra uma enorme variedade de queijos, molhos e temperos. Já se sua ideia é levar pratos prontos, o Anis Presto (do chef Flávio Frenkel) oferece, entre outras iguarias, porchetta, leitão assado, saladas especiais e mais de 30 tipos de massas, entre lisas e recheadas. A partir de R$ 9 a porção individual que pode ser acompanhada por deliciosos molhos caseiros como o ragu de javali (pago à parte).
A Peixaria Rosângela, conhecida das feiras da cidade, abre a primeira loja física na Mercadoteca. Oferece desde a tradicional tainha até lagosta e camarão tigre gigante. Ao lado, fica uma das melhores frutarias de Curitiba, a Harue, dando aquele quê e colorido de mercadão municipal.
E em frente, no mesmo corredor, está a Platinox Gourmet com todas aquelas pecinhas, panelinhas e coisinhas de cozinha que deixariam meu brogue-mulherzinha em estado de graça. Rá!
A maioria dos estabelecimentos, aliás, já tem outras unidades na capital. A Esalflores — o primeiro box que a gente enxerga quando entra na Mercadoteca — tem uma megastore na Rua 24 de Maio.
Agora, trouxeram para o mercado o que eles chamaram de “loja conceito”, um espaço lindinho com plantas, buquês, vasos, suculentas e até “pé” de temperos.
Ao lado da Esalflores está o Doce Fado, outro empreendimento já conhecido dos curitibanos com lojas em shopping e até no próprio Mercado Municipal. Aqui, a gente pode provar os tradicionais doces da terrinha como Pastel de Belém (R$ 5), Travesseiros de Sintra (R$ 7) e pães artesanais.
Dos lugares disponíveis para comer fomos a praticamente todos. A JPL Burguers estava entre os mais disputados. No cardápio, a novidade é o Mad Circus (R$ 24,90), um sanduíche com hambúrguer, bacon, tomate, relish de pepino, mussarela e maionese — acompanhado de batatas fritas crocantes.
Como eu ia dividir um com a Mariana (que não gosta de bacon) acabei optando pelo Super Series (R$ 22,90), uma espécie de “x-salada” gourmet com 200 g de hambúrguer bovino.
A carne vem mal passada (eles avisam isso na hora do pedido), caso queira mais torradinha tem que solicitar. Estava muito bom e o molho de maionese (com quem eu costumo implicar muito), bem leve. O sanduíche mais barato sai por R$ 14,90.
Em outra oportunidade apostei num velho conhecido, o Al Baba Empório Árabe que já tem uma unidade bem grande na Rua Emiliano Perneta, 865. Mas o foco da loja da Mercadoteca não são os pratos mais elaborados e, sim, as comidinhas rápidas.
Experimente as enormes e suculentas esfihas abertas (de R$ 7 a 9 a unidade) e o shawarma, uma iguaria feita com fatias finíssimas de frango e/ou carne assadas num espeto, tudo envolto por um delicado pão sírio e outros temperos. A partir de R$ 16.
Já no Fujii — que tem um restaurante no Mercado Municipal desde 2003 — a Mariana matou a vontade de sushi. Um combo pequeno com seis unidades sai a partir de R$ 13,90. Para quem gosta de comida japonesa tradicional, pode apostar no Fujii, conhecido pelo preparo artesanal dos pratos e a utilização de matéria-prima fresquíssima.
Para sobremesa tem os doces árabes do Al Baba (100 g a partir de R$ 10) e os deliciosos sorvetes da Gelataio (o de chocolate parece uma mousse de tão leve e cremoso). A partir de R$ 8 o potinho.
Os sorvetes, fabricados com a técnica italiana, são artesanais e usam ingredientes selecionadíssimos. O de baunilha vem até com os pontos pretinhos da fava de “verdade”.
Para uma finalização encorpada provamos alguns cupcakes e o bolo Red Velvet (R$ 10 a fatia, m.a.r.a.v.i.l.h.o.s.o.) da Degusto Café. Aliás, a Degusto tem um café ótimo com preço justo (R$ 4 o espresso pequeno).
O blend de grãos é 100% exclusivo da casa. Só ficou faltando o copinho de água com gás e um chocolatinho ou petit four para acompanhar que, para mim, seria o básico em cafeterias que preze pela qualidade e degustação do café. #ficaadica 🙂
A Mercadoteca, de olho na tendência vida-saudável, acolheu uma unidade do Mundo Verde, a maior rede de lojas de produtos naturais e orgânicos da América Latina.
Para acompanhar essa vibe, o mercado também vai receber a Verd & Co (que ainda não havia sido inaugurada quando fui pela última vez), especializada em alimentos prontos para consumos (sucos, lanches e sobremesas) sem glúten, sem lactose, vegano, light, diet e afins. 😀
E para fechar a lista de lugares para matar a fome tem ainda o TACOnteiner, um braço mais enxuto do tradicional restaurante Taco El Pancho montando dentro de um… container na parte externa da Mercadoteca. Tacos variados a partir de R$ 8.
Para os apreciadores de bebidinhas, o Templo da Cerveja vende seis diferentes tipos de chopes — todos de produção local.
Para quem não sabe, Curitiba tem grande vocação cervejeira com dezenas de fábricas artesanais na cidade. Aqui, a tulipa sai a partir de R$ 7.
Já o Vino! Bar reúne 160 rótulos Você pode comprar as garrafas ou degustar uma taça com preços que variam de R$ 9 a R$ 26, dependendo do vinho.
Resumindo: ótimo passeio em ambiente agradável com comidinhas bacanas. E ainda dá para levar para casa algumas gostosuras.
Como chegar à Mercadoteca
Embora a Mercadoteca fique relativamente próxima ao Parque Barigui (3.8 km), um dos principais atrativos da cidade, ela não está localizada numa região turística. Para quem está de carro o acesso é muito fácil. Veja o mapa. Para quem quiser chegar de ônibus, a melhor maneira é pegar qualquer coletivo que desça no Terminal Campina do Siqueira ou no terminal Campo Comprido (a Mercadoteca fica entre os dois) e de lá pegar um táxi (uns R$ 15 a corrida).
SERVIÇO
Local: Rua Paulo Gorski, 1309 | Campo Comprido | Curitiba-PR
Tel. (41) 3205-3901
Funcionamento: segunda a sábado, 9h às 21h e domingos e feriados, 10h30 às 18h.
Comodidades: o espaço é 100% acessível a portadores de necessidades especiais e conta com bicicletário, banheiros equipados e fraldário. O estacionamento é pequeno e cobra R$ 8 a hora. (Até 31/12/2015 é grátis para quem chegar antes das 11h30.) No horário de maior movimento (entre 17h e 21h) talvez tenha que deixar o carro nas ruas laterais.
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Fotos: Raul Mattar
Lindo o post Silvia! Bem detalhado e fiel ao que se encontra lá.
Eu gostei bastante do lugar, apesar de considerar um pouco longe (pra mim hehe).
Bjs
Ledi, para mim ficou bem fácil o acesso pois eu moro na região. Se continuarem assim (bom, bonito e com preços justos) vão longe! Bjs! 😉
Oi querida, por um triz… rs, eu não mandei comentário, perguntado: Quando teremos posts? Depois, me contive. Porque imagino que coisa chata deve ser leitor “cobrador”…rs. E quando vejo um artigo caprichado, bonito, de conteúdo tão bom qto. esse, imagino: a pesquisa, a redação, a edição, enfim… o trabalhão que dá! Muito obrigada. Leitora feliz…rs. To doida pra ir pra Curitiba, aproveitar tuas dicas e te dar um beijo, né??? Parabéns sempre, e caso não falemos mais, Deus abençoe vocês, e permita um maravilhoso 2016.
Nair, você mais do que ninguém sabe como eu fico meio desnaturada por aqui de vez em quando. Mas, de fato, cada vez os posts dão mais trabalho. Já existe muito conteúdo na internet sobre tudo. Se não for para fazer algo, pelo menos, decente… nem levanto da cama! hahahaha! Beijos, querida!
Silvia, chegamos hoje em Curitiba e já fomos ao Mercadoteca. Amamos! Estava cheio, mas pudemos comer bem com preços ótimos (comparando com são paulo onde moro). Obrigada pela dica! JUlia
Que legal, Julia!