Mercado Árabe de Jerusalém
Não é somente sobre um local de compras espalhado entre ruelas e becos apertados da cidade velha de Jerusalém.
É sobre o epicentro da história recente da humanidade.
O calçamento de dois mil anos (por onde já marcharam tropas romanas, conquistadores mouros e que abriga o caminho da Via Sacra de Jesus) hoje reluz o imenso colorido do Mercado Árabe com seu emblemático artesanato e o cheiro avassalador das especiarias e frutas secas.
Na quinta estação da via crucis, por exemplo, relembramos o episódio de Simão Cirineu ajudando Jesus a carregar a cruz. A marca na parede faz memória à mão de Jesus que ali teria se apoiado para não cair. Ao lado, uma lojinha vendendo roupa e souvenirs! o_O
+ Terra Santa | Minha viagem e peregrinação de fé por Egito, Israel e Palestina
Visualizar esta foto no Instagram.
Ao entrar no mercado pela Porta de Jaffa (Jaffa Gate), seguindo pela Rua Davi, o primeiro impacto, é a confusão visual de cores e mercadorias.
Candelabros, joias, roupas típicas, sapatos, bolsinhas, acessórios, artesanato, lenços lindíssimos (na faixa de US$ 5 cada, uma loucura!), chaveiros, imãs de geladeira, luminárias… enfim, tudo, TUDO o que você pode esperar de um lugar como esse.
Uma das primeiras lojas que você vai dar de cara é a Holy Land Spices (59 David Street), uma das maiores do bairro. Aqui você tem um apanhando maravilhoso de tudo o que tem de melhor no mercado como temperos, chás, incensos, azeites e doces árabes.
Os preços são praticamente tabelados, mas pechinchar (e ganhar um bom desconto) faz parte não só do negócio quanto da cultura local.
A partir deste ponto vá descendo e vire à esquerda na Shuk ha-Katsavim Street até encontrar a Igreja do Santo Sepulcro (não são 500 metros caminhando, mas será o meio quilômetro mais incrível da cidade).
Se você estiver conectado use o mapa google ou só vá perguntando aos locais que você chega tranquilamente lá. É rápido e seguro!
Este caminho vai te levar pelos melhores becos e para a parte mais ampla do Souq Khan Ez-Zheit, nome oficial do Mercado Árabe de Jerusalém, passando por incríveis lojinhas de artesanato típico de porcelana.
Não tenha medo de se perder e nunca mais se encontrar. O mercado é um labirinto, verdade. Mesmo eu estando aqui CINCO vezes ainda não sei direito para que lado fica o quê. Se você percebeu que saiu da rota prevista só pergunte a algum vendedor que eles te ajudam a retomar.
Já se você seguir reto toda a vida pela David Street (coisa de um quilômetro) vai chegar na Porta de Damasco (Damascus Gate), considerada menos muvucada e mais autêntica por ser a região que os locais fazem compras de frutas e verduras.
Durante todo o trajeto, para qualquer lado (existem dezenas de entradas paralelas cheias de lodjinhas dos brimos), as ruazinhas estão abarrotadas de cafés, lanchonetes, casas de suco (prove o de romã, fruta típica do país) e restaurantes vendendo comidas tradicionais como kebabs ou falafel.
Uma coisa que sempre me chamou a atenção todas as vezes em que estive no Mercado Árabe de Jerusalém é que, ao contrário do que acontece no Marrocos e na Turquia, praticamente não existe o assédio dos vendedores te perseguindo para enfiar alguma quinquilharia goela abaixo.
O que precisa ser entendido: a parte antiga de Jerusalém — onde ficam o Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações — é dividida em quatro quadriláteros: o cristão, o armênio, o muçulmano e o judaico.
O que a gente chama de “mercado árabe” (esse labirinto de ruelas lotadas de lojinhas) não abarca só o Bairro Muçulmano, mas parte do Cristão também.
Ou seja, são árabes cristãos que vendem praticamente tudo o que tem no lado muçulmano, além de objetos e peças voltados ao cristianismo como terços, presépios, cruzes e até quipás, o chapeuzinho usado pelos judeus como símbolo de temor a Deus!
Para ajudar na sua localização, se você ficar de frente para a Igreja do Santo Sepulcro, do seu lado direito fica o Bairro Muçulmano e do lado esquerdo, o Bairro Cristão. Mas a maior parte das lojas de doces, temperos, roupas e joias fica no lado muçulmano mesmo.
(Momento Barsa da Matraca: os árabes são um grupo étnico dos países do Oriente Médio e do Norte da África – como o Egito, por exemplo. Nós que nascemos na América Latina somos do grupo étnico latino, só para ilustrar. Então, ser árabe não é sinônimo de ser muçulmano. Existem árabes muçulmanos, árabe cristão e até, acredite, árabe judeu. No Líbano, por exemplo, quase metade da população (40%) é cristã.)
O QUE COMPRAR NO MERCADO ÁRABE DE JERUSALÉM
Saiba que Jerusalém é a cidade mais visitada do país, portanto, tudo aqui tem preços acima da média.
Embora muitos produtos sejam beeeem mais baratos do que no Brasil (uma caixa com um quilo de tâmara, daquelas bem gordas tipo Medjool, sai de US$ 6 a US$ 8), ainda assim tudo aqui vai ser mais caro do que em Belém, por exemplo.
Belém, a cidade de nascimento de Jesus, fica a 10 quilômetros daqui, já na Palestina. Lá é melhor para comprar terços e presépio em madeira de oliveira.
Mas a oferta de produtos nas tendas e lojas do mercado de Jerusalém é tããão grande que isso acirra a concorrência e abre uma possibilidade imensa de negociação.
Tanto que consegui comprar meu presépio em Jerusalém pagando mais barato do que havia visto em Belém, depois de muito pechinchar!
Entre as melhores coisas para comprar no Mercado Árabe de Jerusalém são azeites, doces árabes, temperos (todos os que você possa imaginar), artigos de decoração (mááá gente, é muita coisa em diversos estilos, não dá nem para enumerar), roupas típicas, peças sacras das três maiores religiões do mundo (cristianismo, judaísmo e islamismo), bolsas, bolsinhas e bolsões, tapetes, peças em madeira de oliveira e joias.
Você já esteve aqui? Conte para nós o que achou e se tem dicas de lugares bacanas para comprar ou comer não deixe de compartilhar! Gradecida. 🙂
IMPORTANTE | Se você está viajando acompanhado — em excursão, com um amigo, grupo ou família — sempre marque um local de encontro caso alguém se perca. Não marque em frente da loja “tal” que você acabou de conhecer. As tendas são meeeega parecidas, a maioria não tem nome na fachada e a chance de você nunca mais vê-la é grande. Estipule pontos conhecidos como a Porta de Jaffa, o Santo Sepulcro (inclusive em frente da igreja tem um ótimo wi-fi grátis) ou a Porta de Damasco.
Post relacionado
Terra Santa | Minha viagem e peregrinação de fé por Egito, Israel e Palestina
Política editorial | Pagamos todas as nossas contas de viagem. Não aceitamos convites nem cortesias. Sempre nos hospedamos anonimamente nos hotéis indicados. O Matraqueando não faz post patrocinado. Alguns posts contêm links para programas de afiliados, parceiros comerciais do blog, inseridos espontaneamente pela autora. Por questão de transparência, comunicamos que se você optar por comprar por meio destes links nós recebemos uma pequena comissão. Tudo o que você encontra aqui foi determinado unicamente pelo interesse do leitor, nosso gosto pessoal ou critério particular. Isso é transparência e credibilidade. Pode confiar! Para ajudar a manter o blog sempre com dicas fresquinhas adquira nossos guias na Loja Matraqueando. Desde já agradecemos a preferência! 😉
Fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados ©
Silvinha já falei o quanto te acho maravilhosa né? Obrigada por este texto e fotos lindas. Meu sonho é conhecer a Terra Santa.
Own, brigada, Dalva! 🙂
adorei suas dicas. Sempre q vou viajar, gosto de visitar suas informações. Obrigada!
Apareça sempre, Angela! 😉
Quando essa coisa horrível que está acontecendo por lá, eu vou amar visitar a Palestina!