-  Atualizado 31/08/2010

MARROCOS a 45 minutos

Publicado por: Silvia Oliveira Marrocos

O Marrocos geralmente está naquela lista de países exóticos que a gente só vai depois de ter conhecido o básico da Europa ou dos Estados Unidos. Pois eu ainda não conheço Amsterdã nem Miami, mas já garanti o Marrocos. É que – entre um país europeu e um país árabe – uma pessoa normal provavelmente escolheria o velho mundo. Mas o meu sistema operacional interno nem sempre me deixa escolher o básico ou o óbvio. Sei lá, deve ser um problema na instalação do meu software turístico interno que insiste em dar pau no momento em que dou enter nas minhas decisões sobre para onde vou ou deixo de ir.

O Marrocos nem é tão exótico assim. Mas é bem menos visitado que Miami, com certeza. Já tinha lido muito sobre o país, visto fotos daquelas mesquitas deslumbrantes, sonhado com Casablanca e cantado bastante “você está para lá de Marrakéééésh”. Maktub. Estava no sul da Espanha. A menos de 200 quilômetros da fronteira marroquina. Não deu outra. Peguei um ônibus de Sevilha até Tarifa, um balneário da costa da luz espanhola. De lá um ferry rápido até Tanger, do outro lado do Estreito de Gibraltar. São 14 quilômetros que separam a Europa da África, a Espanha do Marrocos. 45 minutos de travessia e outro mundo a sua disposição com todos os cheiros e sabores que o universo árabe pode oferecer.

Está certo que Tanger não é Fez, Marrakesh ou Casablanca, mas é Marrocos. Para mim, mais do que suficiente. Até porque não sou muito exigente. Ué, tem gente que vai a Puerto Iguazu e diz que conheceu a Argentina! Pois então? Tanger é uma cidade portuária, aliás o maior porto pesqueiro do Marrocos. É na cidade que fica o Cabo Espartel, onde o Atlântico se encontra com o Mediterrâneo. Não é a mais famosa do país, mas uma das mais importantes. Histórica e comercialmente. Com sabem, adoro quando chego a um lugar e confirmo todas as minhas expectativas: tudo escrito com aquela linda caligrafia árabe-carnavalesca, homens de vestidão, mulheres com lenços na cabeça (tem um nome para isso, mas agora não me lembro), e um monte de vendedor ambulante gritando e perseguindo os turistas na Medina, o centrinho louco de Tanger formado por mais de 3500 ruazinhas e bequinhos. Tirei tantas fotos, mas tantas, que só não publico várias delas aqui porque o Matraqueando vai acabar sendo acusado – indevidamente – de fotolog.


Aqui é possível tomar a sopa típica marroquina, a Hariri, por 0,80 céntimos. Exato. Oitenta centavos de euros! É a nossa sopa de macarrão com carne que, no caso deles, leva muita páprica. Acompanha pão e azeitonas. Tomei chá de menta e fiz compras (!!!), o que para mim é sempre uma novidade. Trouxe uns copinhos verdes, bem típicos, para mais tarde me dar conta de que no fundo dos cristais estava escrito “Korea”. Mas não importa: para a minha placa-mãe cerebral o considerável é que comprei no Marrocos! Maktub.

Fotos: Matraca´s Image Bank

Marrocos combina com:

ESPANHA