Lisboa bairro a bairro | Baixa
Entendo a região da Baixa como o centro propriamente dito de Lisboa. Não dá para chamar exatamente de Centro Histórico porque, à exceção do Parque das Nações, quase todos os bairros da cidade são seculares. Mas sabe aquela região da sua cidade onde se concentram os artistas de rua, grupos de senhores aposentados ou onde acontecem festas populares e protestos? Então, na capital portuguesa é na Baixa.
O bairro também é conhecido como Baixa Pombalina, uma homenagem ao Marques de Pombal, primeiro ministro que reconstruiu a região depois do terremoto de 1755. Foi o primeiro planejamento urbano neoclássico da Europa e a primeira construção antissísmica em grande escala do mundo.
O traçado moderno com ruas largas ajudou a projetar a Avenida da Liberdade, uma das mais aristocráticas da capital portuguesa. A Baixa é formada pela clássica Rua Augusta e algumas das mais antigas praças do país.
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O QUE FAZER
O elevador foi projetado por Raoul Mesnier du Ponsard que, especula-se, teria sido um dos alunos de Gustave Eiffel – sim, o cara que deu nome à torre mais famosa do mundo. Mas essa ligação nunca foi provada. Trata-se de uma estrutura em ferro, estilo neogótico que sai da Rua do Ouro (na Baixa) e vai a 45 metros de altura até chegar ao Largo do Carmo (no Chiado), pracinha onde aconteceu a Revolução dos Cravos.
Do alto você vislumbra a cidade de um lado, o Rio Tejo do outro e o Castelo de São Jorge bem ao meio. Rua do Ouro, s/n. Funciona todos os dias das 7h às 23h (até 21h45 no inverno). Bilhete: € 5 para subir e descer, inclui acesso ao miradouro. Ou o valor de uma passagem de metrô – € 1,40 – caso você tenha o cartão de transporte Viva Viagem, adquirido nas estações de metrô. Neste caso, paga-se mais € 1,50 para ir até o mirante. Metrô Baixa-Chiado ou Rossio.
Praça da Figueira
É um dos melhores pontos para visualizar as muralhas do Castelo de São Jorge, lá no alto da colina de Alfama. A Praça da Figueira abriga, ainda, a Confeitaria Nacional, de 1829, um dos cafés mais antigos da capital. O local tem linda arquitetura interna e um salão no segundo andar onde servem comida portuguesa a ótimos preços, principalmente na hora do almoço.
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Praça dos Restauradores
O obelisco monumental no centro da praça é uma homenagem à restauração da coroa portuguesa após 60 anos de domínio espanhol. Daqui parte um dos mais emblemáticos elevadores de Lisboa, o Elevador da Glória (bondinho) que liga a Baixa ao Bairro Alto. Na Praça dos Restauradores há vários bares e restaurantes, entre eles, o Hard Rock Café, instalado num antigo cinema.
Praças Imperiais
A Baixa concentra duas das principais praças de Lisboa. A Praça do Comércio (também chamada de Terreiro do Paço) e a Praça Dom Pedro IV (conhecida como Rossio). Ambas possuem comércio, cafés e restaurantes.
O Terreiro do Paço é o lugar ideal para você tirar sua melhor foto do Arco da Rua Augusta. Mas na minha última visita à cidade o arco passava por uma restauração e estava todo cercado por andaimes.
O local também abriga o Lisbon Story Centre, um centro multimídia que conta a história da capital. Aqui fica o tradicionalíssimo café Martinho da Arcada, um dos lugares preferidos de Fernando Pessoa. A mesinha onde ele se sentava está preservada até hoje. Abre todos os dias das 12h às 14 e das 19h às 22h. Metrô Terreiro do Paço.
Já a Praça do Rossio, ligada ao Terreiro do Paço pela Rua Augusta, também tem o seu café histórico. O Café Nicola, estilo Art Deco, era bat-ponto do poeta Manuel Bocage, o principal representante do arcadismo português. A especialidade da casa é o “Bife à Nicola”. Funciona todos os dias das 8h às 0h.
No centro do Rossio ergue-se a estátua de Dom Pedro IV (nosso Dom Pedro I). Ao redor ficam o Teatro Nacional Dona Maria II e a lindíssima Estação do Rossio (foto acima), de onde saem os trens para Sintra. Metrô Rossio. Lisbon Story Centre É a melhor novidade turística da capital na última década.
É um centro tecnológico e multimídia que conta a história de Lisboa desde a fundação, passando pelos principais acontecimentos da capital até chegar aos dias de hoje. O centro de interpretação tem salas que reproduzem sons, cheiros e até o terremoto de 1755, a grande tragédia da cidade. (Veja o relato da nossa visita aqui.)
Praça do Comércio, 78. Metrô Terreiro do Paço. Diariamente, das 7h às 20h. Entrada: € 7. Estudando menores de 16 anos e pessoas com mais de 65 pagam € 5. Crianças de 6 a 15 pagam € 3. Menores de 5 anos não pagam.
Parque Eduardo VII
É quase um Parque Ibirapuera dos lisboetas. Esta grande área verde fica numa das regiões mais frenéticas da cidade. O nome do parque homenageia um antigo rei… inglês! Tem lago com carpas e um parque para as crianças brincarem. Avenida da Liberdade, s/n. Diariamente, 9h às 17h30 (até 16h30 no inverno). Metrô Parque ou Marquês de Pombal.
ONDE COMER
A região está repleta de restaurantes populares, com farta comida e ótimos preços. O Taverna Imperial (que já ganhou post próprio) fica na Praça dos Restauradores. O cardápio é extenso. A Caldeirada de Bacalhau para dois sai por módicos € 7,50.
A poucos passos dali está o Restaurante Leão d’Ouro, quase ao lado da Estação do Rossio. O ambiente, superagradável, tem as paredes azulejadas. Um casal come aqui fartamente, incluindo vinho, por menos de € 20.
Se quiser poderá optar pelo “Buffet Livre” com saladas, sopas, peixe e diversos tipos de carne grelhada, comendo à vontade por um preço fixo: € 6,90 almoço (durante a semana) e € 7,90 o jantar.
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O Café Martinho da Arcada, no Terreiro do Paço, tem preços acima da média por conta do frenesi turístico que ronda o lugar. Mas se você quiser comer no mesmo lugar onde Fernando Pessoa passava as tardes peça os “minipratos” (porções menores) como a Vitela fatiada à Martinho ou Leitão de Negrais Guarnecido por € 5,25 cada.
A Tasca d’Lyon, na Rua dos Sapateiros, apareceu no meu roteiro sem querer. Acabei comendo lá duas vezes. E tenho saudades até hoje do taglietele de camarão do lugar. (O restaurantinho já até entrou na nossa lista de onde comer bem e barato em Lisboa).
No menu você poderá escolher entre carne, peixe, bacalhau, frutos do mar e massas. A média dos pratos é de € 9. Mas no almoço tem um Menu Fixo com dois pratos (peixe ou carne mais salada) e café por incríveis € 5.
E para comer o melhor pastel de belém da cidade vá ao Nata Lisboa que tem uma unidade na Rua da Prata, 78. Já falamos mais dele aqui.
ONDE COMPRAR
A Conserveira de Lisboa é uma das lojas mais fofas da cidade. Fundada nos anos 30, oferece até hoje os mesmos produtos desde que abriu: as tradicionais conservas portuguesas. São embalagens antigas, no melhor estilo retro. Até a caixa registradora de madeira original permanece a mesma. Rua dos Bacalhoeiros, 34.
Na Rua da Conceição (entre as ruas da Prata e Augusta) há um conglomerado de retrosarias, o nosso Armarinho, casas que vendem lãs, linhas, barbantes, máquinas de costura e aviamentos em geral. Uma perdição para quem gosta de trabalhos manuais como tricô, crochê e bordados. Uma das mais conhecidas é a Retrosaria da Lara, há mais de 50 anos no mesmo endereço.
A Rua Augusta é o calçadão lisboeta. Tem todo o tipo de comércio como lojas de roupas, sapatos, vendedores de flores e de castanhas assadas. Se existe algum lugar na cidade onde você vai encontrar músicos independentes e estátuas vivas nas mais variadas performances… será aqui. As ruas paralelas à Augusta ganharam nomes dos ofícios ou materiais que há séculos circularam na região: Rua dos Sapateiros, Rua dos Bacalhoeiros, Rua do Ouro, Rua da Prata, entre outras.
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ONDE FICAR
A vantagem de ficar hospedado na Baixa é que você estará muito próximo do Chiado – pagando geralmente uma diária mais em conta – com fácil acesso aos bairros Alfama, Belém e a outros atrativos turísticos. Meu último achado muquiranístico foi o Golden Tram 242 Lisbonne Hostel. O hostel fica quase em frente ao Elevador de Santa Justa (portanto, a 100 metros do Chiado) e foi inaugurado há menos de um ano.
Tem dormitórios coletivos a partir de € 16 por pessoa e quartos duplos a partir de € 60 com banheiro privado. Novíssimo e com café da manhã incluído. Veja nosso post sobre o Golden Tram aqui. (Você até encontra hospedagem dupla mais em conta no Chiado, mas quase sempre com o banheiro compartilhado.)
Golden Tran 242 Lisbonne Hostel
Se sua ideia é passar mais de uma semana na cidade talvez compense alugar um apartamento. O Lisbonaire Apartments foi o melhor custo-benefício que encontrei. Tinindo de novo, apartamentos amplos, lindamente decorados por designers portugueses e cozinha completamente equipada.
(Veja como foi nossa experiência no apartamento aqui). O metrô está praticamente na porta. A partir de € 35 por pessoa. O apartamento quádruplo sai por € 125. Corre lá reservar porque o Lisbonaire é disputadíssimo.
Lisbonaire Apartments
Bem em frente ao Parque Eduardo VII (a três estações de metrô do Rossio) está a Wallis Guest House. Para quem não sabe a guest house é um ambiente familiar transformado para receber hóspedes. Você tem direito às chaves e, em alguns casos, a determinados serviços incluídos.
Tem quartos individuais a partir de € 20 e de casal a partir de € 30 com banheiro compartilhado. Tudo recém-reformado e com cozinha disponível para os hóspedes. Recomendadíssimo. (Veja meu relato completo sobre o lugar). Ah, eu fiz uma pesquisa pelo Booking.com (parceiro do Matraqueando) com entrada na Wallis Guest House em outubro de 2014 o quarto duplo aparece por míseros € 19. 😀
COMO CHEGAR À BAIXA
Metrô: Terreiro do Paço, Rossio e Restauradores.
Autocarro (ônibus) 728, 732, 735, 759, 760, 781,781.
Eléctrico: E15 e E25.
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Fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados
Antes de viajar havia lido um post seu sobre o golden tran 242 e decidi me hospedar lá. Foram apenas 2 diárias e posso dizer que dos hostels que fiquei na Europa esse foi um dos melhores. Aconchegante, staff mega atencioso, fácil localização… Enfim, só elogios ao golden.
Valeu pelo feedback, Erica! 🙂
Olá Silvia, quero lhe parabenizar pelo ótimo conteúdo, adoro ler suas postagens, sempre muito explicativas e divertidas, está de parabéns mesmo, eu também escrevo sobre viagens no meu blog http://www.superdicasdeviagem.com, espero que um dia agente possa fazer alguma parceira. Parabéns mais uma vez e sucesso sempre!
Estou adorando essa série sobre Lisboa, pois irei em Julho, tem uma dúvida que ainda não resolvi em minha cabeça.rs.
A estação de metro que leva a Sintra, é Rossio ou Restauradores? Seria uma ligação de estação de metro com trem?
Muito obrigada, parabéns pelo blog.
Mariana! A Estação de trem Rossio leva à Sintra. Há uma estação de metrô também chamada de Rossio que fica ao lado. Abs!
Boa tarde Silvia, muito bom teu blog, gostaria de saber se Lisboa é uma cidade boa de morar ou apenas de visitar? Grata
Layane! Essa pergunta é muito subjetiva. Depende do que você busca em uma cidade. Eu, particularmente, adoraria viver em Lisboa. 😉
Eu conosco o belo o Porto e agora mesmo quero conhecer a linda Lisboa!
As duas cidades são maravilhosas, Carmen!