Igreja e Convento do Carmo: as ruínas enigmáticas de Lisboa
Se você perguntar por aí qual é o grande monumento de Lisboa provavelmente respondam entre duas opções: Castelo de São Jorge e Mosteiro dos Jerônimos.O primeiro foi erguido na época dos visigodos e oferece a vista mais bonita da cidade.
Já o segundo está repleto de referências ao período dos descobrimentos. Tem uma esplêndida arquitetura — além de abrigar os restos mortais de Luiz de Camões, Vasco da Gama e Fernando Pessoa.
+ E-book | O Barato de Lisboa –> baixe o seu agora mesmo!
Mas para o Matracapédia o grande monumento de Lisboa é um antigo convento… em ruínas. As mais belas e comoventes ruínas de Portugal.
Não lembro exatamente quando estive aqui pela primeira vez. Talvez em 2002 ou 2003 (eu ainda fazia meu mestrado na Espanha). Minhas fotos do lugar são ainda da época da máquina analógica, aquele período paleolítico das viagens em que a gente gastava mais para revelar os filmes do que com os passeios em si.
No meu périplo 2013, voltar à Igreja e Convento do Carmo era apenas uma “obrigação” na minha agenda, uma vez que eu queria trazer imagens decentes para contar a você sobre a fábula do lugar.
+ Leitor do Matraqueando tem 15% de desconto do seguro de viagem da Mondial. Pegue seu cupom aqui!
Mas foi só me aproximar da melancólica construção que o coração deu aquela aceleradinha de felicidade, aquela sensação de estar num lugar luminoso, histórico e com uma memória, ao mesmo, tempo sóbria e aflita.
A Igreja e Convento do Carmo foram construídos no século 14, praticamente na mesma época do Mosteiro da Batalha (que demorou 200 anos para ficar pronto — veja nosso relato aqui). Mas o templo foi completamente devastado no grande terremoto de 1755, a tragédia que quase varreu Lisboa do mapa.
O que sobraram foram ruínas daquela que foi a principal igreja gótica da capital. A catástrofe acabou construindo uma estética ímpar com arcos em forma de ogivas erguidos no meio do nada. Para onde quer que você olhe, um desenho diferente, um design arrojado.
Nas duas vezes em que estive aqui era verão. O sol se põe lá pela 22h. Como o local fecha às 18h (ou 19h, dependendo da época do ano), não peguei o entardecer. Mas se você vier no inverno, quando anoitece bem mais cedo, poderá ver as ruínas iluminadas com o céu púrpuro-rosado, típico do outono-inverno. (Suspiros…)
Atualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo, pequenininho — mas bacana. Há uma maquete da igreja como ela era, uma exposição de peças pré-históricas portuguesas, biblioteca com livros raros, túmulos góticos (incluindo o do rei D. Fernando I), objetos romanos e duas múmias — uma egípcia (com sarcófago e tudo) e outra peruana! (Jupurdeus!)
O passeio às Ruínas do Carmo é tão redondo que logo em frente à construção está o Largo do Carmo. No coração do Chiado essa simpática praça foi palco da célebre Revolução de 25 de abril de 1974.
Uma dissidência das Forças Armadas, com o apoio do povo, derrubou a ditadura e deu início à democratização do país.
Não houve morto ou ferido durante o protesto. Nos dias que sucederam à revolta, as espingardas dos soldados, em vez de balas, tinham cravos na ponta. Por isso, a manifestação ficou conhecida como Revolução do Cravos.
+ E-book | O Barato de Lisboa –> baixe o seu agora mesmo!
SERVIÇO
Igreja e Convento do Carmo | Museu Arqueológico do Carmo
Local: Largo do Carmo. Chiado – Lisboa
Tel.: + 351 21 347 8629
Horário: de segunda a sábado, 10h às 18h (outubro a maio) e 10h às 19h (junho a setembro). Não abre domingos, Natal, Ano Novo e 1º de Maio.
Entrada: € 3 (está incluído o museu). Na verdade, a taxa é para o museu e inclui as ruínas. 🙂
Como chegar: a estação de metrô mais próxima é a Baixa-Chiado (linha verde). Dali você pode pegar o Elevador Santa Justa (€ 5 para subir e descer ou o valor de uma passagem de metrô – € 1,40 – caso você tenha o cartão de transporte Viva Viagem, adquirido nas estações de metrô). Também é possível ir a pé pelas escadas que ficam logo atrás do elevador.
_______________________________
Procurando hospedagem em Lisboa? Recomendo o nosso parceiro Booking.com — onde sempre faço minhas reservas. Pesquise aqui opções de hotéis, hostels, pousadas e apartamentos na capital portuguesa. E ainda: o cancelamento é grátis para a maioria dos quartos! Clique e faça sua reserva já!
Lisboa bairro a bairro
Posts relacionados
Casa Fernando Pessoa: um pedaço da história do maior poeta português do século 20
Feira da Ladra: o mercado de rua mais popular de Lisboa
Onde comer bem e barato em Lisboa
Rota do Pastel de Belém: onde provar o doce mais famoso de Portugal
Leia também
Europa Barata: Lisboa pela primeira vez
Como ir do aeroporto de Lisboa ao centro
As Sete Maravilhas de Portugal
Hospedagem boa e barata em Lisboa
Wallis Guest House: hospedagem familiar com quartos reformados no centro de Lisboa
Golden Tram 242: hostel tinindo de novo no coração de Lisboa
Lisboa combina com
___________________
Texto e fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados.
Adorei o post. Lugar lindo e lindas fotos. Parabéns, Silvia. 🙂
A internet tem me trazido ótimas surpresas, mas ter encontrado o “matraqueando” foi das mais gratificantes. Mesmo que minhas viagens sejam apenas virtuais, terá sido um acréscimo de conhecimento e satisfação. Meus 80 anos ainda me permitem esse tipo de viagem. Parabéns à criadora do site, paranaense como eu, que descobriu um jeito novo de ser útil ao próximo.
Isa, só por este seu comentário é que eu acredito que tudo vale a pena! Obrigada, mesmo! 🙂
Fotos lindíssimas! Lugar de uma beleza inapelável, mas triste mesmo – meu tipo, com certeza.
abraço,
vera
ô saudade do pastel de belém!
Maravilha!!! Que bom que descobri o Matraqueando, estou adorando todas as dicas! Vou a Portugal em outubro e vou checar suas dicas, inclusive de hospedagem. Já estive lá em 2010, fiquei apaixonada pelo país inteiro. É um país pequeno, geograficamente, mas de uma diversidade fantástica. Gostei mesmo de tudo e adorei Ponte de Lima, bem ao norte, perto de Viana do Castelo. Estou louca pra outubro chegar bem rapidinho. Um abraço.
Ah, não conheço ainda Ponte de Lima! Abs!
De quanto tempo eu preciso pra visitar o lugar, sem muita pressa?
Oi, Laura! Uma hora mais ou menos.