Caminho das Camomilas: como percorrer a rota mais aromática do Paraná
Paaaara tudo! Depois de meses sem publicar nada por aqui, eu que não ia voltar com uma diquinha mequetrefe qualquer. Já guarde esse post para consultar depois, porque não há informações detalhadas sobre esse roteiro em nenhum lugar da internet.
Não sei se você sabe, mas o Paraná é considerado o maior produtor nacional de plantas medicinais. Entre as lavouras do estado voltadas para as ervas usadas em medicamentos naturais, o destaque fica por conta da camomila.
No último fim de semana, fizemos nosso primeiro passeio a lazer fora de Curitiba desde que começou a pandemia. E foi do jeitinho que a gente queria: ao ar livre, com zero aglomeração e sem nenhuma alma viva no caminho.
Estrada do Retiro, em Mandirituba
Onde fica o Caminho das Camomilas?
O Caminho das Camomilas do Paraná fica no município de Mandirituba, a 45 km de Curitiba. Os principais campos estão na beira da Estrada do Retiro (Mandirituba) ou no entorno da Colônia Marcelino (já dentro de São José dos Pinhais, outra cidade da região metropolitana e segundo lugar no ranking nacional de produtores de camomila). Mandirituba está em primeiro como a maior produtora da América Latina.
O que é o Caminho das Camomilas?
É um circuito não-turístico para caminhadas e contemplação a menos de uma hora da capital. A região é a maior produtora de camomila da América Latina. Importante destacar que a rota não está muito preparada para receber turistas independentes.
Tanto que muita gente só faz esse passeio com guias especializados da região (eu indico alguns no final deste post). Mas se você tiver carro poderá desbravar o caminho com tranquilidade e sem pressa.
Quando conhecer o Caminho das Camomilas?
O auge da florada acontece entre agosto e setembro. Muitas plantações ficam na beira da estrada e todas são propriedades privadas. Alguns campos estão cercados, outros têm livre acesso. Mas esse “livre” não quer dizer que você pode chegar e fazer uma arruaça na casa dos outros. Atenção! Caso vá entrar em algum, tenha a consciência de circular nos pequenos caminhos abertos na lavoura para não pisotear as flores.
Como chegar ao Caminho das Camomilas?
1. Saindo de Curitiba, coloque no Google Maps Circuito Caminho das Camomilas. Ele leva você a Mandirituba pela BR 116, em direção ao Sul. Tem um pedágio de R$ 6,20 no caminho. Na altura do km 136 vire à esquerda (um dos pontos de referência para entrar é o Posto Taborda, que está à esquerda de quem vem de Curitiba). Em seguida, começa uma estrada de chão batido. Ao entrar na Estrada dos Pereiras (que depois vira Estrada do Retiro) siga por mais 6 km até a Igreja do Retiro.
2. Vindo do Sul (Rio Negro ou São Bento do Sul) você passa a entrada da cidade de Mandirituba e no Km 140 entra à direita no depósito do Ferro Velho BR Peças, na saída 138 (Estrada dos Pereiras) e siga por 4 km até a Igreja do Retiro.
Como encontrar os campos de camomilas?
Durante o caminho você vai encontrar diversas plantações. Algumas com poucas flores, outras já colhidas e muitas no ápice da florada. Mantenha-se sempre à esquerda, mas não se limite ao caminho principal. Entre nas vicinais e encontrará também alguns campos belíssimos. Ao primeiro sinal de florzinhas que nós avistamos já descemos para bater algumas fotos.
Eu e a Mariana revezando o look! 😀
A foto acima foi feita na nossa primeira parada, o coitado do campo nem flor tinha direito. Mas como não sabíamos o que teríamos pela frente eu já quis garantir a blogueiragy. E como você pode ver, é um cenário tão delicado que, mesmo sem estar forrado, já rende uma boa lembrança.
Reforçando que, saindo da Igreja do Retiro pela esquerda, o roteiro é circular – como no mapa abaixo. Você vai passar por diferentes lavouras, chácaras de morangos, propriedades com lagos, tudo rodeado por imensas araucárias. São aproximadamente 15 quilômetros de percurso, sem sair da estrada principal.
Campos de camomila na beira da estrada
Lembre-se de que o passeio é de contemplação, mas também exploratório. Não adianta ter pressa. O sinal do GPS não funciona na maior parte do caminho. Caso saia da rota principal, não vá muito longe e marque bem as bifurcações que entrar para saber voltar ao roteiro original.
Quando chegamos ao Cemitério Ucraniano (ver mapa), saímos da rota circular e viramos à direita, na Rua Vereador Domingos Benvenutto Moletta. É uma via pavimentada. Andamos pouco mais de um quilômetro e encontramos um dos mais belos campos do roteiro. Veja as fotos do lugar:
Nessa última foto, créditos especialíssimos para a filhota Mariana Matar! <3
De volta ao caminho original você vai passar no único lugar (da rota circular) que encontramos para comer e ir ao banheiro. A lanchonete Horilka Z Pertzen oferece porções, lanches e almoço com risoto, salada e carnes. A casa também é especialista em pierogi, um prato típico polonês. Só abre às sextas, sábados e domingos. Telefones e whats: (41) 99137-3463 e (41) 99179-2592. Veja os horários de funcionamento aqui.
Nós não comemos no lugar, já que havíamos levado o próprio lanche (com sanduíches, frutas e água) por medo de não encontrar nada aberto. Só entrei para saber dos preços, veja a foto do cardápio na imagem acima. O local é pequeno, novo, bem ventilado e com mesinhas do lado de fora.
Logo em frente à lanchonete Horilka Z Pertzen você vai encontrar a placa abaixo, indicando o caminho em direção à Fazenda Rio Grande. Para continuar na rota circular pegue em direção à Fazenda Rio Grande. Por aqui você circula em uma área chamada Colônia Retiro.
A um quilômetro desse ponto você vai encontrar o Delícias da Vane, uma confeitaria artesanal (tem placas indicativas), que faz doces e bolos sob encomendas. A partir de 06 de novembro de 2021, o local inaugura o Delícias da Vane Café.
Trata-se de um delicioso buffet com mais de 30 itens. São diversos bolos, tortas, pudim, mousse, bolachas artesanais, além de salgados diversos. Inclui bebidas como café, café cremoso, chocolate quente, chá, leite e sucos naturais. Veja o cardápio completo aqui.
Custa R$ 39,90 (adulto) ou R$ 19,90 (06 a 12 anos). Menores de 06 anos não pagam. É possível comprar porções individuais, se preferir. Horário de funcionamento: sábado e domingo, 11h às 18h. Reservas antecipadas pelo (41) 99272-4518. O local possui estacionamento próprio, parquinho, amplo espaço com gramado e aceitam pets.
Quando nós fomos, o café ainda não havia sido inaugurado. Entramos para conhecer por curiosidade e ela tinha alguns bolos de pote (R$ 10) a pronta entrega. Levamos dois para casa e nos arrependemos mortalmente de não ter comprado a produção toda. Se você for passear na região não deixe de fazer sua encomenda/reserva no telefone/whats, diretamente com a Vane Lisevski.
A partir daqui você pode completar o roteiro circular voltando à Igreja do Retiro ou já colocar no GPS o caminho de volta para casa. Você não precisa, necessariamente, voltar à Igreja do Retiro. (Perto da lanchonete Horilka a internet funciona um pouco melhor.)
Mas antes de pegar de volta o tradicional Caminho das Camomilas, nós seguimos adiante, pela Rua Vereador Domingos Benvenutto Moletta (a mesma da lanchonete Horilka), agora em direção a São José dos Pinhais. A 500 metros da lanchonete você encontra a imponente Igreja Católica Ucraniana da Santíssima Trindade.
Andamos mais 1,5 km e chegamos a outro campo maravilhoso, nossa última parada. Ou seja, já fora da rota circular e dentro da região chamada Colônia Marcelino, onde garantimos mais fotos da minha camisola vitoriana. Rá!
DICAS ESSENCIAIS
– Baixe o mapa off-line antes de ir. Não há muito sinal de internet na região. Em alguns poucos lugares aparecia um “H+” no celular. Nossa operadora é a TIM. Durante boa parte do trajeto ficamos completamente desconectados.
– Vá com roupas leves e calçados apropriados para terrenos irregulares.
– Leve protetor solar, repelente e chapéu. Se pegar um dia ensolaradíssimo como nós, lembre-se de que estará sempre em campo aberto com praticamente nada de sombras durante o caminho.
– Leve uma merenda (sanduíche, frutas, castanhas, barra de cereal e muita água.) Para deixar tudo fresquinho, se tiver uma bolsa térmica para manter os beliscos gelados, melhor.
– Sabe aquela máxima “deixe apenas pegadas, leve só as memórias”? Então, nada de sair arrancando e colhendo camomila para levar para casa. As plantações têm donos. Sem contar que você acha camomila in natura para vender em qualquer casa de produtos naturais por um preço muito acessível.
PERGUNTAS FREQUENTES
Quanto tempo leva para percorrer o Caminho das Camomilas?
Nós ficamos na rota em torno de cinco horas, sem contar o deslocamento de ida e volta a Curitiba. Nesse tempo, estão incluídas as muitas paradas para fotos, para comer o nosso lanchinho e para se perder nas vicinais. Ou seja, é passeio para o dia inteiro, sem pressa.
É possível fazer o circuito com transporte público?
Não existe transporte público para este roteiro. O Caminho das Camomilas é uma rota terrestre circular que você pode percorrer caminhando, de bicicleta ou de carro. O trecho tem em torno de 15 km de estrada de chão (ou 13 km para quem faz a pé, já que é possível cortar algumas estradinhas por trilhas.)
Quem leva para fazer o Circuito das Camomilas?
Nós fizemos o caminho por conta. Mas, por se tratar de turismo rural sem muita infraestrutura, muita gente prefere ir com guias especializados. Abaixo, vou indicar algumas agências que me recomendaram:
Eco Trilhas Curitiba | Agência especializada em ecoturismo, turismo de aventura e turismo rural. Além do Caminho das Camomilas, eles percorrem outras regiões como a rota das Colônias Polonesas, em Campo Magro e Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Mais informações com a Rosselle pelo whats (41) 99616-9089. (O link leva você ao grupo deles no Facebook.)
Ana Wanke Turismo e Aventura | Agência de viagem conduzida pela Ana Wanke, uma das pioneiras em levar grupos ao Caminho das Camomilas. A empresa organiza caminhadas, trekking, acampamentos, montanhismo e experiências de lazer na natureza. Além de oferecer diversos passeios na região, há viagens para outros estados e até destinos internacionais como Patagônia Argentina e Caminho de Santiago.
Chris Turismo no Paraná | Agência de viagem e guia turística tradicional em Curitiba. Oferece passeios, excursões e viagens com diversos roteiros na natureza da região metropolitana da capital paranaense. Leva, também, para outras cidades como Antonina, Morretes, Piraquara, Guaraqueçaba, Aparecida, Campos do Jordão, Joinville, entre outras.
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Fotos: Raul Mattar, Sílvia Oliveira e Mariana Matar | Todos os direitos reservados.
Que passeio bacana! As fotos ficaram lindas, parabéns!
Já repassei o post para amigas que moram na região de Curitiba.
Valeu, Karina! Obrigada pela visita! 😉
Sensacional, Silvia!!!!
Vc e a Mari ficaram lindaaaaaaaaaaaas com o vestidão amarelo! <3 <3
E que lugar incrível trouxeram para nós (mais um, né?).
Já salvei para quando formos a Curitiba, visitar o enteado.
Bjos e obrigada!!!
Mirys Segalla
Ah, é um passeio delicioso para fazer com a família! Se quando vierem para cá não for época de florada da camomila, você podem fazer outros passeios em Mandirituba. Geralmente, o pessoal visita a Abelhas Nativas- Casa Benedito (é uma criação de abelhas sem ferrão. Contato para agendar a visita: (41) 99966-5759), a Igreja Matriz, a Igreja de Santo Antônio (ambas superfotogênicas) e o Mosteiro do Encontro (das monjas beneditinas, fica na Estrada Madre Maria Chantal de Modoux, s/n – Tel. (41) 3633-1082.) Tem também umas chácaras de morango que oferecem colha e pague, mas a época da colheita vai de outubro a março. Bjs!
Salvei contatos e logo iremos conhecer a região com grupo de amigas !!
Oi, Rejane! Que legal! Depois me conte o que achou! Abraço!
amei tudo! até o vestidos! onde compraram?
Oi, Martinha! O amarelo ganhei da minha mãe há uns dois anos (comprou em Londrina), o vermelho mandei fazer na minha costureira baseado no modelo do amarelo. E o branco comprei pela intenert naquela loja chinesa que começa com “S”, mas que não podemos escrever o nome aqui senão a propaganda e o algoritmo deles perseguem a gente até no banheiro, debaixo do chuveiro! Hahaha!
Como sempre, o Matraqueando arrasando nas dicas, nos looks, nas fotos etc.
Já está no nosso roteiro, assim que pudermos ir a Curitiba.
Não esquece de deixar um espaço na agenda para o nosso café! 🙂
Que bom ter você de volta! Adorei o passeio. Vou colocar nos meus desejos. Obrigada por compartilhar. Bjs
Eu que agradeço pela visita! Volte sempre! Abraço! 🙂
Que trabalho primoroso, Silvia. Sou de Ponta Grossa e nunca ouvi falar no Caminho das Camomilas. Muito obrigada por mais essa dica! (Ah, vocês estão lindas!) 🙂
É um caminho não-turístico, poucas pessoas conhecem. Mas fica aí a dica para uma visita durante o período da florada. 😉
Precisava muito desse guia ! ?
Que bom! 😉
Genteee q delícia de passeio! Fotos lindas!
Que dica incrível, parabéns e obrigada por compartilhar!
Obrigada, Ana Paula! 😉