Olinda: patrimônio histórico e cultural
A ordem das cidades que vão aparecer elencadas na Expedição Brasil Express não é aleatória. Há um requisito fundamental: sol. Tenho a listinha dos destinos operados pela Azul. (Para quem chegou atrasado entenda a expedição aqui.) Com os nomes das cidades em mãos, busco no Weather o lugar com menos probabilidade de chuva. Não tenho nenhum problema em fazer turismo debaixo de um aguaceiro – faço coleção de capa de chuva, inclusive – mas para quem vai ficar 24 horas no lugar, qualquer chilique de São Pedro pode ser um baita estraga prazer.
Pernambuco ganhou disparado porque, além de arder de calor nos últimos dias, duas de suas principais cidades – Recife e Olinda – faziam aniversário bem na semana da minha visita. Desembarquei na capital na hora do almoço. Percorri o Recife Antigo e só no fim da tarde fui para Olinda, onde fiquei hospedada no Albergue da Juventude de lá. (Aguarde post expecífico sobre o hostel). Peguei um engarrafamento terrível e demorei quase 1h15 – de ônibus – para percorrer os SETE quilômetros que separam as duas cidades!
Mesmo sabendo que a noite olindense é bem agitada, que a maioria das tapioqueiras só abre no fim do dia, que fotos noturnas poderiam render boas imagens… fui direto para o hostel. Havia acordado às 5h da matina, caminhado alguns quilômetros debaixo de um sol escaldante (tá, eu escolhi isso!), então, às 19h30 eu só queria tomar banho e dormir. O sono dos justos, diga-se. Melhor decisão, impossível. Na manhã seguinte, o centro histórico parecia ser só meu. Certo, encontrei um grupo enorme de turistas alemães, branquelos como eu, tostando nos 30ºC que faziam às 8h30. E só!
Estava tudo calmo, lojas de artesanato vazias, ladeiras desocupadas. Fui cumprimentada por todos os nativos que me encontravam pelo caminho. Estava em casa! O colorido do casario – nem tão conservado como eu gostaria – com o mar de fundo, o Convento de São Francisco e o terraço panorâmico da Igreja da Sé (de onde você tira as melhores fotos da cidade) só para mim. Matutei: é tuuuudo meoooo! Se você é adepto de muvuca e tromba-tromba certamente não ia gostar. Além do que, Olinda – Patrimônio Cultural da Humanidade – é famosa pelo Carnaval. Nada de abadás ou trios elétricos. O frevo e o maracatu embalam as máscaras de papel machê e os bonecos gigantes nas ladeiras coalhadas de gente durante quase oito dias.
O barato aqui é deleitar-se com a história, a arquitetura e as inúmeras lojas de artesanato. Ladeira acima, os melhores lugares para comprinhas estão no Alto da Sé. Comprei dois imãs de geladeira arretados na Ecological com por R$ 1,50 cada. A loja também tem toalhas feitas com fibra de coco, bonecas de cabaça, tear e esculturas em casca de cajá. Achei tudo muito acessível (e olha que vocês me conhecem: sou pão dura!), principalmente porque estava no apogeu turístico de Olinda. Mesmo assim os preços eram totalmente honestos.
Comida típica
Só encontrei duas tapioqueiras abertas (as tapiocas de Olinda são famosíssimas!) – a maioria só funciona à tarde, assim como muitas igrejas. Apostei na barraca da Maria de Ely, que preparou no capricho a mais tradicional delas: de coco ralado com queijo coalho. Inacreditável, mas em cinco minutos você tem em mãos uma das iguarias brasileiras mais suaves e, ao mesmo tempo, saborosas. Por fora, a massa é sequinha, há um levíssimo crocante. Em contrapartida, o recheio é gordo e úmido. Um casamento perfeito.
A tapioca tem origem indígena. É feita com fécula extraída da mandioca – também chamada de goma da tapioca, polvilho, goma seca, entre outros apelidos. Ao ser espalhado na frigideira aquecida, o farelo gruda e vira um tipo de panqueca. O recheio varia de acordo com o gosto do freguês. Pode ser apenas com manteiga ou incrementar com banana, chocolate, carne de sol, goiabada com queijo… até onde chegar a criatividade e o estômago de cada um. A minha custou R$ 3,00. Vale como um lanche reforçado!
Curiosidade
Uma crença popular diz que o nome Olinda teve origem numa suposta exclamação do donatário Duarte Coelho: “Oh, linda situação para se construir uma vila!” Ó, linda. Olinda. =)
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Fotos: Sílvia Oliveira
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A visita a Olinda faz parte da Expedição Brasil Express, by Matraqueando. Entenda o projeto.
Lindas as fotos, que colorido! E a “série” da tapioca está epetacular! Bjs!
Suuuuuuuper tapioca, estou até com água na boooca.
hahahahaha =D
Olha só!
Esposa de fotógrafo, boa fotógrafa é!! rsrs… Conhecendo tua disciplina, imagino que vc diria que não.
Que belo trabalho Silvia, tudo muito requintado, gostoso. Dá pra comer com os olhos!
Parabéns sempre,
bjs
Brigada, Nair!!! É sempre bom escutar seus incentivos! Mas é cRRRaro que eu sou crítica… tive que gastar uns cinco cartões de 2 giga cada… para tentar salvar alguma coisa para o post! hahahahahaha!
Adorei as fotos do passo-a-passo da tapioca!!! Deu água na boca!
Beijos, Angie
Silvia,
você já tem previsão de quando vai colocar dicas de Recife no site? Te acompanho aqui e no twitter e consultar suas dicas antes de uma viagem é imprescindível para mim! Bjs
Obrigada pela confiança, Fernanda! Estou me organizando para começar a blogar “de verdade” a partir da semana que vem… quando quero terminar de uma vez por todas as matérias da Expedição Brasil Express!
tudo belo e lindo,ganhei goma de tapioca ,nao consegui fazer ,e uma delicia comi em alagoas.parabens pelas dicas tchau.